segunda-feira, 15 de agosto de 2011

SIMULADO DAS QUESTÕES DE ENEM - 3 ANO A

CONTEÚDO PROGRÁMATICO: SIMULADÃO DO ENEM 2011 PARA A DISCIPLINA DE LINGUA PORTUGUESA
OBJETIVO: Preparação para o ENEM, tendo como finalidade trabalhar questões interpretativas e gramaticais, dentro das habilidades de inferências explicitas e implícitas.
Duração da atividade: 80 min.
Resultados esperados: participação do grupo
Contextualização e inferência nas questões discursivas e nos questionamentos

Para responder aos testes 30 e 31, leia o texto abaixo, transcrito do blog do jornalista Marcelo Coelho.

Estilo jornalístico

Um pouco mais de implicâncias com textos da "Folha"; espero que não pareça perseguição. Pelo contrário: sou sempre admirador dos textos de Ana Paula Sousa, por exemplo. Ela pega assuntos a meu ver chatíssimos (os relacionados à política cultural) e sabe torná-los interessantes e inteligíveis.(...)
Por outro lado, João Pereira Coutinho ataca, com muito espírito, a nova lei americana que libera a presença de gays assumidos nas Forças Armadas. Eis suas observações.
Faz parte da nossa sensibilidade moderna pretender impor os valores "corretos" em todos os contextos, grupos ou instituições. Mas é necessário respeitar a natureza própria de diferentes grupos e instituições.
Se a maioria dos soldados prefere não ter "homossexuais" a bordo; se a mera possibilidade de haver "homossexuais" nas Forças Armadas não contribuirá para a coesão, a confiança e a concentração dos homens em conflito, é um absurdo perigoso pretender impor os valores "corretos" da vida civil a uma instituição onde a sobrevivência, deles e nossa, se joga a cada momento.
Sei. Então o que dizer da presença de mulheres nas Forças Armadas? Não dificulta "a concentração dos homens em conflito"? E de negros? Não prejudica a "coesão" dos homens em conflito? E, num exército composto de descendentes de italianos, de poloneses, de irlandeses, de gregos, de espanhóis, não haveria riscos à "coesão" da tropa de qualquer modo?
O interessante dessas opiniões "interessantes" da nova moda conservadora é que seriam as mesmas, 50 ou 100 anos atrás, que se voltaram contra os direitos das mulheres, o sufrágio universal, o fim da monarquia... Sempre imagino o que, dessas conquistas básicas da humanidade, seria chamado ironicamente de "politicamente correto".
E, sem me referir ao caso de Pereira Coutinho, penso também no que diriam a respeito da abolição da escravidão os conservadores como Pondé, que consideram impossível melhorar o mundo, porque o homem é e será sempre infeliz.
Marcelo Coelho, 21/12/2010 (http://marcelocoelho.folha.blog.uol.com.br/).

30. Ao fazer alusão a opiniões defendidas no passado em relação a temas então polêmicos, o autor demonstra que considera a opinião de João Pereira Coutinho, expressa no texto,
a. ultrapassada.
b. ingênua.
c. intolerante.
d. politicamente correta.
e. conformista.

31. O uso das aspas no termo "corretos" em "Faz parte da nossa sensibilidade moderna pretender impor os valores 'corretos' em todos os contextos, grupos ou instituições", no 3.o parágrafo,

a. confere ao termo a ênfase necessária à compreensão do raciocínio exposto na frase.
b. destaca o termo como a opinião de outrem, apenas reproduzida pelo autor, que não
concorda com ela.
c. indica uma imprecisão de linguagem da qual o autor não conseguiu _ ou não quis _ desviar-se.
d. evidencia uma ironia.
e. revela que o termo é pouco utilizado pelo autor.

(Mackenzie 2007) Leia o texto que segue para resolver as questões 03 e 04.
Curiosa palavra. Idoso. O que acumulou idade. Também tem o sentido de quem se apega à idade. Ou que a esbanja (como gostoso ou dengoso). Se é que não significa alguém que está indo, alguém em processo de ida. Em contraste com os que ficam, os ficosos... Preciso começar a agir como um idoso.
Dizem que, entre eles, idoso não fala em quem chega à velhice como alguém que está à beira do túmulo. Dizem que está na zona de rebaixamento.
Vou ter que aprender o jargão da categoria.
Luís Fernando Veríssimo

32. O texto permite afirmar que o autor
a. se sente tão integrado ao grupo dos idosos, que passou a se comportar e a se expressar como eles.
b. menciona um conjunto detalhado de mudanças de atitude no indivíduo da terceira idade, para destacar, entre elas, as relativas ao uso da linguagem.
c. considera que as ações são mais representativas do que a linguagem para que se configure um grupo etário.
d. incorpora a seu vocabulário expressões típicas do idoso, mostrando-se adaptado a sua nova condição.
e. emprega um processo de analogia para levantar a hipótese de que pode haver um sentido menos conhecido da palavra idoso.

33. Assinale a alternativa que contém uma expressão popular que, a exemplo de "estar na zona de rebaixamento", pode funcionar como sinônima de "estar à beira do túmulo".
a. "Estar matando cachorro a grito".
b. "Estar por cima da carne seca".
c. "Estar no bico do corvo".
d. "Estar na crista da onda".
e. "Estar subindo pelas paredes".

Leia a crônica seguinte, de Tony Bellotto, publicada em 20 de janeiro de 2011, para responder aos testes 34 a 39.

Sim, não há como escapar das inundações. Os que não foram literalmente soterrados pelas lamas furiosas ficaram arrasados emocionalmente e chocados com as conseqüências funestas das chuvas da semana passada na região serrana do Rio.
Não bastasse todo o drama dos flagelados, a brutal perda de vidas e o sacrifício e abnegação dos que se oferecem a ajudar, temos de lidar também com os crocodilos que surgem
sorrateiros dos lamaçais. Você não percebeu os crocodilos? Não acredito! Não sabia que havia crocodilos nas regiões serranas do Rio de Janeiro?
Não? Mas eles existem em todos os lugares! Não reparou neles na tv? Nos jornais? Ah, entendo.
Você não os percebeu sob os disfarces variados. Claro, os crocodilos da serra (assim como os da cidade e os do Planalto) são espertos. Não vão ficar dando mole, como seus colegas do Pantanal, por exemplo, protegidos pelo IBAMA, que chegam a fazer pose, dar tchauzinho e tirar fotos com turistas ecológicos. Os crocodilos que tenho visto surgir das ruínas lamacentas de Teresópolis, Friburgo e outras regiões atingidas pelas chuvas são de uma espécie altamente ardilosa e sofisticada. Usam disfarces. E trocam rapidamente de disfarce quando são desmascarados. E choram muito (é quase impossível diferenciar uma lágrima de crocodilo de uma lágrima comum). Confundem-se com pessoas, misturam-se às vítimas, oferecem-lhes ombros de crocodilo, tiram fotos com autoridades disfarçando seus sorrisos metálicos de crocodilo. É preciso saber
diferenciar os crocodilos daqueles que realmente estão ajudando as vítimas e dando o sangue por elas: bombeiros, soldados, moradores da região, gente do Brasil inteiro que se solidariza e envia mantimentos, roupas, água etc.
O meu amigo Marcos Palmeira, por exemplo, é um desses abnegados que se sacrifica e
botou à disposição dos flagelados toda a produção de sua fazenda orgânica, localizada na região afetada pela tragédia. O Marquinhos, como eu, sabe que é preciso tomar cuidado com os crocodilos da serra (ele tem uma fazenda lá!). Caso você não tenha reconhecido os crocodilos, aqui vão algumas dicas de como percebê-los no meio da multidão (e, cuidado, eles fazem bem mais que morder):
1. Crocodilo adora se disfarçar de político.
É seu disfarce preferencial, já que pode manter o sorriso constante e cínico. Desconfie de políticos que aparecem com expressão consternada nos locais das tragédias, prometendo para o ano que vem medidas que haviam prometido no ano passado e nunca foram tomadas, sabe-se lá por que _ desculpem o trocadilho infame _ cargas d'água.
2. Crocodilo ama se disfarçar de jornalistas. É um de seus disfarces preferidos, pois
pode falar das desgraças e explorá-las à vontade enquanto a audiência bomba. Desconfie de apresentadores de telejornais e programas de TV que, enquanto mostram uma desgraça terrível, colocam uma musiquinha piegas ao fundo para fazer você chorar e não mudar de canal.
3. Crocodilo chega ao êxtase quando se disfarça de religioso e filantropo. É o ponto alto do disfarce da crocodilagem, já que pode chorar, invocar o nome de Deus e exibir todo o seu talento de ator e crocodilo. Desconfie de gente que encontra prazer na dor e mal disfarça a excitação por poder estar no meio da desgraça, como se estivesse numa festa de Revéillon. Bem, a lista é interminável, mas fico por aqui, pois o teu saco _ como o meu _ já deve estar cheio de crocodilos. 
DVD
…Se você quer dar uma descomprimidadepois de tanta desgraça, assista ao DVD do
Crocodile Dundee, um clássico da comédia dos anos 80.
http://veja.abril.com.br/blog/cenas-urbanas

34. Das dicas apresentadas para se reconhecer os "crocodilos", depreende-se que o autor:
a. condena todos os políticos.
b. deprecia o trabalho da classe dos jornalistas.
c. considera ingênuas as pessoas que não reconhecem os crocodilos.
d. enaltece a generosidade intrínseca dos religiosos.
e. denuncia a hipocrisia de determinados representantes da sociedade.

35. Há na crônica diversas expressões conotativas, empregadas comumente nas situações informais.
Assinale a única alternativa que apresenta uma expressão que, no contexto, assume também valor denotativo.
a. "Não vão ficar dando mole"
b. "diferenciar uma lágrima de crocodilo"
c. "e dando o sangue por elas"
d. "sabe-se lá por que (...) cargas d'água"
e. "pois o teu saco (...) já deve estar cheio"

36. Em "Não bastasse todo o drama dos flagelados, a brutal perda de vidas e o sacrifício e abnegação dos que se oferecem a ajudar", a palavra "abnegação" poderia ser substituída, sem prejuízo de sentido, por:
a. perseverança
b. displicência
c. companheirismo
d. oportunismo
e. altruísmo

37. Leia as afirmações seguintes:
I. No terceiro parágrafo, a expressão "dar mole" significa oferecer-se.
II. O termo "crocodilagem" é coloquial e apresenta conotação pejorativa.
III. No texto, o cronista dialoga com o leitor, tratando-o sempre como terceira pessoa.

Está correto o que se afirma em:
a. I apenas.
b. II apenas.
c. I e II apenas.
d. II e III apenas.
e. I, II e III.

38. Assinale a alternativa em que o termo destacado apresente mesmo tipo de característica e função sintática de "sorrateiros" em "temos de lidar também com os crocodilos que surgem sorrateiros dos lamaçais".
a. "Os que não foram literalmente soterrados pelas lamas furiosas"
b. "Os que (...) ficaram arrasados emocionalmente"
c. "Claro, os crocodilos da serra (...) são espertos."
d. "quando são desmascarados"
e. "disfarçando seus sorrisos metálicos de crocodilo"

39. Assinale a alternativa em que a identificação da circunstância expressa pelo termo destacado está incorreta.
a. "E trocam rapidamente de disfarce" _ tempo
b. "de como percebê-los no meio da multidão" _ lugar
c. "pois pode falar das desgraças" _ assunto
d. "para fazer você chorar" _ finalidade
e. "por poder estar no meio da desgraça" _ causa

Leia o poema abaixo para responder aos testes 40 a 42.

Se eu fosse apenas...
Se eu fosse apenas uma rosa,
com que prazer me desfolhava,
já que a vida é tão dolorosa
e não te sei dizer mais nada!
Se eu fosse apenas água ou vento,
com que prazer me desfaria,
como em teu próprio pensamento
vais desfazendo a minha vida!
Perdoa-me causar-te a mágoa
desta humana, amarga demora!
_ de ser menos breve do que a água,
Mais durável que o vento e a rosa...
Cecília Meireles

40. Pela leitura dos versos, pode-se afirmar que o eu lírico se revela:
a. melancólico, ao desejar a morte e caracterizar a vida como sofrimento.
b. otimista, já que conclui ter uma longa vida pela frente.
c. revoltado, em decorrência do desprezo que lhe devota o ser amado.
d. perplexo diante da transitoriedade da vida.
e. satisfeito por poder atender às expectativas do ser amado.

41. Os termos "rosa", "água" e "vento" são comumente empregados em textos literários como imagens poéticas. No contexto do poema, a ideia que esses termos representam é de:
a. delicadeza.
b. pureza.
c. efemeridade.
d. feminilidade.
e. grandiosidade.

42. O poema de Cecília Meireles, produzido no século XX, pode ser aproximado:
a. da poesia barroca, pela reflexão sobre a efemeridade da vida.
b. da poesia ultrarromântica, pela associação da vida ao sofrimento e pelo desejo de morrer.
c. da poesia romântica da Primeira Geração, pelo aproveitamento dos elementos naturais ("rosa", "água" e "vento") como forma de exaltar a pátria.
d. da cantiga de amigo trovadoresca, já que o eu lírico feminino, em um ambiente campestre, lamenta a ausência do amado.
e. da poesia parnasiana, pela contenção das emoções e pelo rigor estilístico.

43. (PUC)
Sombras do vale, noites da montanha
Que minh'alma cantou e amava tanto,
Protegei o meu corpo abandonado,
E no silêncio derramai-lhe canto!
Mas quando preludia ave d'aurora
E quando à meia-noite o céu repousa,
Arvoredos do bosque, abri os ramos…
Deixai a lua prantear-me a lousa!
Lira dos Vinte Anos, Álvares de Azevedo

O que dominantemente aflora nos versos acima e caracteriza o poeta Álvares de Azevedo como ultrarromântico é
a. a devoção pela noite e por ambientes lúgubres e sombrios.
b. o sentimento de autodestruição e a valorização da natureza tropical.
c. o acentuado pessimismo e a valorização da religiosidade mística.
d. o sentimento byroniano de tom elegíaco e humorístico-satânico.
e. o sonho adolescente e a supervalorização da vida.

44. (UNIFESP) Leia os versos do poeta português Bocage.
Vem, oh Marília, vem lograr comigo
Destes alegres campos a beleza,
Destas copadas árvores o abrigo.
Deixa louvar da corte a vã grandeza;
Quanto me agrada mais estar contigo,
Notando as perfeições da Natureza!

Nestes versos,
a. o poeta encara o amor de forma negativa por causa da fugacidade do tempo.
b. o poeta propõe, em linguagem clara, que se aproveite o presente de forma simples junto à natureza.
c. a emoção predomina sobre a razão, numa ânsiade se aproveitar o tempo presente.
d. o amor e a mulher são idealizados pelo poeta, portanto, inacessíveis a ele.
e. a linguagem, altamente subjetiva, denuncia características pré-românticas do autor.

45. Assinale a alternativa que preenche adequadamente as lacunas do texto abaixo:
O traço diferente, que predominou em muitos escritores a partir dos anos de 1860 e 1870, foi o que se chamou _____________, termo que é também aplicável a obras de várias épocas, mas que recebeu então um sentido próprio e de certo modo legítimo, sob a influência dos novos rumos das ciências naturais. Nesse sentido restrito, significa o tipo de ____________ que procura explicar cientificamente a conduta e o modo de ser das personagens por meio dos fatores externos, de natureza biológica e sociológica, que condicionam a vida humana.
Antonio Candido e José Aderaldo Castello

a. Cientificismo / Naturalismo
b. Determinismo / Realismo
c. Cientificismo / Realismo
d. Realismo / Naturalismo
e. Naturalismo / Realismo

Para responder aos testes 30 e 31, leia o texto a seguir.
Os futebolistas profissionais fazem o que fazem pelo dinheiro. Quem disser que joga por amor à camisa do time é um hipócrita e uma fraude.
Não são palavras minhas, mas de Benoit Assou-Ekotto, que joga pelo Tottenham e pela
seleção de Camarões. Ao rejeitar o roteiro politicamente correto que os demais jogadores seguem, ele repetiu as mesmas declarações surpreendentes, incomuns e brutalmente honestas em duas entrevistas recentes.
Comentando sua transferência do Lens ao Tottenham, há quatro anos, o herege disse: "Não entendo por que todos mentem. O presidente do meu ex-clube disse que saí pois ganharia mais e que não tinha amor pela camisa. Eu respondi perguntando se existia um jogador no mundo que assinasse com um clube e dissesse: 'Eu amo sua camisa! Ela é vermelha, e eu a adoro.' Nenhum jogador liga para isso. O primeiro assunto discutido
é sempre o dinheiro."
(...)
Os torcedores são malucos. Vivem num mundo de fantasia no qual é necessário que se sintam convencidos de que os jogadores têm afeto tão grande quanto o deles pelo time; que suarão sangue pela equipe.
Os jogadores é que são sensatos. Quando alegam amar a camisa do time, estão mentindo, como Assou-Ekotto apontou. Mas, apesar de franco, ele está errado em sua indignação. Nós, torcedores, sentimos uma necessidade desesperada de nos iludirmos e de acreditar que os jogadores são tão dedicados ao time quanto nós. Ser torcedor de futebol é pura emoção. Temos tempo de sobra, no restante de nossas vidas, para pensar de maneira lógica.
"Jogo para ganhar dinheiro", disse Assou-Ekotto, "como todo mundo mais no planeta."
Claro. Mas deveria fechar a boca quanto a isso. Ao ser franco demais, ele termina pisoteando os nossos sonhos.
John Carlin in http://sergyovitro.blogspot.com/2010/11/john-carlin-nao-pisoteie -sonhos.html - visualizado em 5 de fevereiro de 2011. Adaptado.

30. Assinale o ditado popular que melhor resume a opinião defendida pelo autor do texto.
a. "Quem se mistura com porcos, farelo come."
b. "Verdades há que amargam como fel e mentiras que têm o sabor do mel."
c. "Quem fala demais dá bom dia a cavalo."
d. "Quem diz a verdade não merece castigo."
e. "O pior cego é o que não quer ver."

31. O uso de termos e expressões coloquiais é comum em textos publicados em blog. Leia os seguintes trechos transcritos do texto lido.
I. "Comentando sua transferência do Lens ao Tottenham, há quatro anos, o herege disse:"
II. "Nenhum jogador liga para isso."
III. "Mas deveria fechar a boca quanto a isso."

É(são) marcado(s) por ocorrência de coloquialismo o(s) trecho(s) lido(s) em
a. I, II e III.
b. II e III.
c. I e III.
d. II apenas.
e. III apenas.

(UNIFESP-2010/adaptado) Leia o texto para responder aos testes 32 e 33.
É fácil errar quando uma empresa ou seus dirigentes não têm clareza sobre o que de fato significam as bonitas palavras que estão em suas missões e valores ou em seus relatórios e peças de marketing. Infelizmente, não passa um dia sem vermos claros sintomas de confusão. O que dizer de uma empresa que mal começou a praticar coleta seletiva e já sai por aí se intitulando "sustentável"? Ou da que anuncia sua "responsabilidade social" divulgando em caros anúncios os trocados que doou a uma creche ou campanha de solidariedade? Na melhor das hipóteses, elas não entenderam o significado desses conceitos. Ou, se formos um pouco mais críticos, diremos tratar-se de oportunismo irresponsável, que não só prejudica a imagem da empresa, mas - principalmente - mina a credibilidade de algo muito sério e importante.
Banaliza conceitos vitais para a humanidade, reduzindo-os a expressões efêmeras, vazias. Guia Exame "Sustentabilidade", outubro de 2008.

32. O texto faz uma crítica ao a. uso inexpressivo de expressões efêmeras e vazias, o que coíbe a prática do oportunismo irresponsável.
b. trabalho social das empresas, que priorizam ações sociais sem utilizarem um marketing adequado.
c. discurso reprovável das empresas que, na verdade, destoa das práticas daqueles que o proferem.
d. excesso de discursos sobre sustentabilidade e responsabilidade em empresas engajadas em assuntos de natureza social.
e. uso indiscriminado dos conceitos de "sustentabilidade" e "responsabilidade social" por parte de algumas empresas.
33. Considerando o ponto de vista do autor, a frase "O que dizer de uma empresa que mal começou a praticar coleta seletiva e já sai por aí se intitulando 'sustentável'?" deixa evidente que uma empresa a. pode prescindir do real sentido do termo "sustentável".
b. já é sustentável, quando começa a fazer coleta seletiva.
c. deve fazer seu marketing desatrelado de sua prática.
d. deve consolidar suas práticas antes de defini-las.
e. começa mal, caso se dedique à coleta seletiva.

O texto que segue refere-se aos testes 34 a 36.
Pais órfãos
Meu filho vem me visitar na prisão. Está feliz o moleque de 8 anos: nunca me pareceu tão radiante, me espanto com seus novos dentões. Por algum tempo me esqueço da condição de detento e sua alegria me contamina assim que reinventamos nosso espaço comum, fundado em comentários sobre o Corinthians e em piadas bestas. Ele me mostra desenhos, livros, fotos dos colegas da escola, do futebol. Fala de um jeito esquisito, esquece termos básicos - "Como fala quando uma coisa é mó legal? Ah, é maneiro!", sorri. Pouco a pouco, como ocorre em toda conversa entre um adulto e uma
criança mediados por um vidro, a atenção é dispersa, o papo cai numa chatice... É que nesse cenário complica brincar de Lego ou jogar futebol, ou discutir lições de casa, ou partilhar uma refeição, ou contar histórias antes de dormir. Uma hora depois, a visita de rotina acaba.
Nos despedimos. Ele se desmaterializa: desliga o Skype e eu, pluft, volto a ver meu próprio rosto refletido na tela do MacBook. Outra visita, só quando seus compromissos, os meus e as 5 horas de fuso horário permitirem. Essa história se repete desde fevereiro de 2010, quando meu filho se mudou para a Europa, onde reside a nova família da mãe, que se casou com um italiano.(...)
Revista Alfa Homem, fevereiro de 2011 (adaptado).

34. No primeiro parágrafo, o autor relata o contato que tem com o filho, comparando sua situação com a de um prisioneiro. Por meio de tal comparação, o autor procura expressar a ideia de que
a. ele se sente privado da livre convivência com seu filho.
b. pai e filho estão separados por um oceano de distância.
c. a mãe do menino casou-se com um italiano e levou o menino para viver na Europa.
d. não há mais nenhuma possibilidade de haver contato físico entre pai e filho.
e. a interação entre pai e filho é mediada por um vidro.

35. Observe o trecho transcrito:
"Pouco a pouco, (...) a atenção é dispersa,
o papo cai numa chatice...".

Assinale a alternativa correta.
a. O termo "dispersa" classifica-se morfologicamente como adjetivo.
b. O termo "dispersa" expressa uma característica essencial do sujeito.
c. A expressão "pouco a pouco" tem valor adverbial e indica o modo como a atenção do filho se dispersa.
d. O termo "dispersa" expressa uma característica temporária do sujeito.
e. A expressão "pouco a pouco" tem valor adverbial e indica tempo em relação ao verbo da oração.

36. Sobre o trecho transcrito abaixo, leia as afirmações que seguem.
"Fala de um jeito esquisito, esquece termos básicos - 'Como fala quando uma coisa é mó legal? Ah, é maneiro!', sorri."
I. A característica marcante da linguagem informal presente no fragmento é o emprego
de gíria, tanto que o garoto explica o significado de um vocábulo gírico por meio de
outro.
II. Um termo mais preciso que "maneiro" e adequado ao contexto seria "fantástico" ou "incrível".
III. O termo "mó" tem valor caracterizador na fala do garoto.
Está correto o que se afirma em
a. apenas I.
b. apenas II.
c. apenas III.
d. I e II.
e. II e III.

Leia o texto seguinte para responder aos testes 37 a 39.

Onde está o fundo do baú?
Com um rombo estimado em mais de 4 bilhões de reais, o banco de Silvio Santos é vendido ao BTG Pactual.
Por André Siqueira
O sorriso e as piadas não faziam jus a alguém que, praticamente do dia para a noite, deixou de ser o dono de um banco lucrativo, e, pior, sem receber um tostão em troca. Mas foi assim que o empresário e comunicador Silvio Santos comportou-se diante das câmeras e microfones que o cercaram na noite da segunda-feira 31, à saída da sede do BTG Pactual, em São Paulo. Seu PanAmericano acabara de ser vendido por 450 milhões de reais, um montante a ser integralmente revertido para o Fundo Garantidor de Créditos (FGC), de modo a cobrir pequena parte de uma operação de resgate que pode superar 4 bilhões de reais. "Não ganhei nada, mas também não perdi nada", garantiu.
Talvez Silvio tenha mais motivos para comemorar do que revelou às colegas de trabalho, como costuma se referir à sua plateia. Até a quinta-feira 3, a transferência do PanAmericano para o BTG Pactual permanecia envolta em um véu opaco de informações extraoficiais vazadas pontualmente à imprensa. O Estado de S.Paulo afirmava que o rombo, na verdade, chegaria a 4,3 bilhões de reais, um número que só poderá ser confirmado quando forem abertas as demonstrações financeiras do terceiro trimestre de 2010, esperadas para os próximos dias.
Carta Capital, ano XVI, No. 632, 09-02-2011.

37. Sobre o título "Onde está o fundo do baú?", não se pode afirmar que
a. se faz referência ao termo "fundo" como a face interna e inferior de um objeto oco.
b. o termo "baú" é uma clara referência a uma das empresas do Grupo Silvio Santos.
c. há uma alusão à expressão figurada "fundo do poço", sinônimo, no contexto, de grave crise financeira.
d. se indaga o paradeiro da concentração de recursos do Banco PanAmericano.
e. se condena o contrassenso entre a função básica de um baú e a ausência de fundo.

38. Em relação a "Até a quinta-feira 3, a transferência do PanAmericano para o BTG Pactual permanecia envolta em um véu opaco de informações extraoficiais vazadas pontualmente à imprensa", considere as afirmações a seguir.
I. No contexto, o termo "do PanAmericano" é adjunto adnominal, pois o banco PanAmericano transferiu uma quantia de dinheiro ao outro banco.
II. Os termos "do PanAmericano" e "para o BTG Pactual" apresentam a mesma função sintática, uma vez que ambos indicam característica essencial do substantivo "transferência".
III. Em "a transferência do PanAmericano para o BTG Pactual", não se revela quem realizou a transferência, de modo que há dois complementos nominais.
É correto o que se afirma em
a. I apenas.
b. III apenas.
c. I e II.
d. II e III.
e. I, II e III.

39. Em "O Estado de S.Paulo afirmava que o rombo, na verdade, chegaria a 4,3 bilhões de reais", a oração destacada mantém a mesma função sintática apenas em
a. Afirmava-se que o rombo, na verdade, chegaria a 4,3 bilhões de reais.
b. Era esperado que o rombo, na verdade, chegaria a 4,3 bilhões de reais.
c. Não se pensava que o rombo, na verdade, chegaria a 4,3 bilhões de reais.
d. Consta que o rombo, na verdade, chegaria a 4,3 bilhões de reais.
e. Supunham que o rombo, na verdade, chegaria a 4,3 bilhões de reais.

Leia os textos transcritos a seguir para responder aos testes 40 e 41.

Texto I
Lisonjeia os sentimentos de Dona Victoria com este soneto feito em seu nome
Alma ditosa, que na empírea corte
Pisando estrelas vais de sol vestida,
Alegres com te ver fomos na vida,
Tristes com te perder somos na morte.
Rosa encarnada, que por dura sorte
Sem tempo do rosal foste colhida,
Inda que melhoraste na partida,
Não sofre, quem te amou, pena tão forte.
Não sei, como tão cedo te partiste
Da triste Mãe, que tanto contentaste,
Pois partindo-te, a alma me partiste.
Oh que cruel comigo te mostraste!
Pois quando à maior glória te subiste,
Então na maior pena me deixaste.
Gregório de Matos
Vocabulário:
Ditoso: feliz.
Empíreo: celestial.

Texto II

Anjinho
And from her fair and unpolluted flesh
May violets spring!
Hamlet

Não chorem... que não morreu!
Era um anjinho do céu
Que um outro anjinho chamou!
Era uma luz peregrina,
Era uma estrela divina
Que ao firmamento voou!
Pobre criança! Dormia:

A beleza reluzia
No carmim da face dela!
Tinha uns olhos que choravam,
Tinha uns risos que encantavam!...
Ai meu Deus! era tão bela.
Um anjo d'asas azuis,
Todo vestido de luz,
Sussurrou-lhe num segredo
Os mistérios doutra vida!
E a criança adormecida
Sorria de se ir tão cedo!
(...)
Não chorem! lembro-me ainda
Como a criança era linda
No fresco da facezinha!
Com seus lábios azulados,
Com os seus olhos vidrados
Como de morta andorinha!
Pobrezinho! o que sofreu!
Como convulso tremeu
Na febre dessa agonia!
Nem gemia o anjo lindo,
Só os olhos expandindo
Olhar alguém parecia!
(...)
Álvares de Azevedo

40. Ambos os textos tratam de um mesmo tema, a morte, mas sob perspectivas relacionadas a movimentos literários distintos: Barroco e Romantismo, respectivamente. Considerando-se os textos e os movimentos literários a que pertencem, pode-se afirmar que a morte:
a. no texto I está associada ao fado, a algo a que todos estão inevitavelmente predestinados; no texto II está associada à visão católica de um chamado celestial.
b. no texto I está associada ao castigo divino imposto a pecadores; no texto II está associada a uma dádiva de Deus para aqueles que sofrem na Terra.
c. no texto I evidencia o contraste entre a glória atingida por quem morre e vai ao encontro de Deus e o sofrimento de quem permanece vivo; no texto II está associada à ideia de que não se deve lamentar a perda de alguém, pois a morte significa alívio para os tormentos terrenos.
d. no texto I está associada à esperança de reencontro com a pessoa amada; no texto II está associada à tristeza pela perda da pessoa amada.
e. no texto I representa uma possibilidade de se repensar sobre as atitudes que devem ser tomadas durante a breve vida terrena; no texto II associa-se ao sofrimento exagerado do eu lírico.

41. Leia as afirmações seguintes.
I. O texto I apresenta uma forma clássica de composição (soneto decassílabo); o texto II está associado a algumas características próprias do Romantismo: a liberdade na composição do poema e o emprego de métrica mais popular (versos redondilhos).
II. Apenas no texto II evidencia-se um apelo visual, como se observa em "no carmim da face dela", "um anjo d'asas azuis" e "com seus lábios azulados".
III. No texto I, observa-se um refinamento vocabular e sintático que se opõe à simplicidade das palavras e estruturas sintáticas do texto II.
IV. Tanto no texto I quanto no texto II há um vasto emprego de figuras de linguagem, sendo que no primeiro texto predominam a metáfora e a antítese e, no segundo, a metáfora e comparação.

Em relação à análise estilística dos poemas, está correto o que se afirma em:
a. I, II e III apenas.
b. I, III e IV apenas.
c. II, III e IV apenas.
d. I, II e IV apenas.
e. I, II, III e IV.

42. (FUVEST) Considere as seguintes afirmações sobre o Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente:
I. O auto atinge seu clímax na cena do Fidalgo, personagem que reúne em si os vícios das diferentes categorias sociais anteriormente representadas.
II. A descontinuidade das cenas é coerente com o caráter didático do auto, pois facilita o distanciamento do espectador.
III. A caricatura dos tipos sociais presentes no auto não é gratuita nem artificial, mas resulta da acentuação de traços típicos.

Está correto apenas o que se afirma em:
a. I.
b. II.
c. II e III.
d. I e II.
e. I e III.

43. (UFV-2000) Considere as alternativas abaixo, relativas ao Simbolismo.
I. No plano temático, o Simbolismo foi marcado pelo mistério e pela inquietação mística com problemas transcendentais do homem. No plano formal, caracterizou-se pela musicalidade e certa quebra no ritmo do verso, precursora do verso livre do modernismo.
II. O Simbolismo, surgido contemporaneamente ao materialismo cientificista, enquanto atitude de espírito, passou ao largo dos maiores problemas da vida nacional. Já a literatura realista-naturalista acompanhou fielmente os modos de pensar das gerações que fizeram e viveram a Primeira República.
III. O Simbolismo, com Cruz e Sousa e Alphonsus de Guimaraens, nossos maiores poetas do período, legou-nos uma produção poética que se caracterizou pela busca da "arte pela arte", isto é, uma preocupação com o verso artesanal, friamente moldado. Devido a essa tendência à objetividade na composição, o movimento também se denominou "decadentista".

Assinale a alternativa correta.
a. I é falsa; II e III verdadeiras.
b. I, II e III são verdadeiras.
c. I é verdadeira; II e III, falsas.
d. I e II são verdadeiras; III é falsa.
e. I e III são falsas; II, verdadeira.

Texto para os testes 44 e 45.
Cristais
Mais claro e fino do que as finas pratas
O som da tua voz deliciava...
Na dolência velada das sonatas
Como um perfume a tudo perfumava.
Era um som feito luz, eram volatas*
Em lânguida espiral que iluminava,
Brancas sonoridades de cascatas...
Tanta harmonia melancolizava.
Filtros sutis de melodias, de ondas
De cantos voluptuosos como rondas
De silfos* leves, sensuais, lascivos...
Como que anseios invisíveis, mudos,
Da brancura das sedas e veludos,
Das virgindades, dos pudores vivos.
Cruz e Sousa

Vocabulário
Sonata: composição musical formada pela união de vários andamentos ou velocidades.
Volata: série de sons executados com rapidez.
Silfo: entidade mitológica; duende aéreo.

44. No poema "Cristais", é possível encontrar alguns apelos sensoriais sinestésicos. Ocorre sinestesia em
I. "O som da tua voz deliciava".
II. "Era um som feito luz".
III. "Brancas sonoridades de cascatas".
IV. "Cantos voluptuosos".
V. "Da brancura das sedas e veludos".
a. I e II.
b. II e III.
c. III e IV.
d. II e V.
e. III e V.

45. Assinale a alternativa que contenha uma afirmação incorreta sobre o texto transcrito.
a. Apesar de ser um texto simbolista, o poema "Cristais" distingue-se pela clareza das imagens que apresenta, as quais fornecem a descrição nítida de uma atmosfera suave e melancólica.
b. O sentido lógico do texto dilui-se na passagem dos quartetos para os tercetos, o que pode ser comprovado pela ausência de verbos nas duas últimas estrofes.
c. Uma característica simbolista evidente no soneto é o emprego de associações inesperadas, que contrariam a percepção objetiva e racional da realidade e procuram traduzir sensações inefáveis, indescritíveis.
d. Pode-se notar a valorização simbolista dos apelos sinestésicos inclusive na articulação do título com o texto, na medida em que o primeiro está associado a um apelo visual e o segundo, predominantemente, a um auditivo.
e. O texto é tipicamente simbolista quanto aos efeitos sonoros que apresenta: métrica regular, rimas consoantes, repetições de palavras, aliterações e assonâncias.

Para responder aos testes 65 a 68, leia o texto que segue.
A conhecida fábula da formiga e da cigarra é um exemplo perfeito para demonstrarmos a percepção que muitos têm da publicidade.
Convém, pois, relembrá-la aqui. A história conta que a formiga trabalhou o ano inteiro, juntando provisões para enfrentar o inverno, época na qual não poderia sair de casa e enfrentar o rigor do frio. A cigarra, por sua vez, comportando-se de forma oposta, cantou o tempo todo, vindo a sofrer no inverno, quando não tinha como se proteger do frio, nem comida para se alimentar.
A interpretação tradicional dessa fábula nos ensina, de maneira maniqueísta, que a formiga trabalha e é previdente, ao passo que a cigarra apenas canta e, portanto, merece passar pelas adversidades.
Cabe, no entanto, uma outra interpretação, em que associamos o trabalho da formiga ao canto da cigarra numa relação de simbiose. Nesse caso, as duas personagens trabalham. A formiga se desdobra, mostrando enorme capacidade de mobilização e um poder de organização modelar. Já a cigarra atua de outra forma: o canto é seu trabalho. E é por intermédio do canto que ela divulga o labor da formiga e, inclusive, a estimula a mover-se.
Sob esse ponto de vista, podemos comparar as várias etapas do trabalho da formiga ao marketing. E o canto da cigarra, à propaganda. (...) a interpretação tradicional é aquela que predomina e impõe à publicidade uma "imagem" que não corresponde à realidade, mas apenas à sua aparência. Assim, a cigarra incorpora o mal e, por isso, pode ser atacada facilmente; a formiga representa o bem, e, portanto, deve ser poupada. Aparência e realidade se confundem na percepção coletiva e dão à propaganda o papel de vilã, aliada principal do capitalismo na reprodução de sua ideologia pelos meios de comunicação de massa.
João Carrascoza, Estudos sobre a retórica do consumo.

65. A respeito do texto transcrito, leia as afirmações abaixo.
I. Segundo o texto, a interpretação tradicional de "A cigarra e a formiga" representa metaforicamente o que efetivamente ocorre com a propaganda e o marketing: enquanto a primeira merece os males aos quais é exposta, o segundo tem extrema capacidade de  trabalho.
II. De acordo com o autor do texto, a formiga da fábula é mais merecedora de benefícios do que a cigarra, uma vez que representa o mundo do trabalho.
III. Fazendo uso de um termo referente ao campo semântico dos animais, o texto defende que há uma "simbiose" entre a cigarra e a formiga ou, metaforicamente, entre a propaganda e o marketing.
IV. O autor do texto se contrapõe à visão maniqueísta a respeito da propaganda, que a julga como aliada do capitalismo.

São corretas as afirmações:
a. I e II.
b. II e III.
c. III e IV.
d. II, III e IV.
e. I e IV.

66. Assinale a alternativa que apresente a opinião do autor do texto transcrito.
a. "a formiga trabalha e é previdente, ao passo que a cigarra apenas canta e, portanto, merece passar pelas adversidades." [3.o parágrafo]
b. "associamos o trabalho da formiga ao canto da cigarra numa relação de simbiose."           [4.o parágrafo]
c. "A formiga se desdobra, mostrando enorme capacidade de mobilização e um poder de organização modelar." [4.o parágrafo]
d. "a cigarra incorpora o mal e, por isso, pode ser atacada facilmente; a formiga representa o bem, e, portanto, deve ser poupada." [6.o parágrafo]
e. "Aparência e realidade se confundem na percepção coletiva e dão à propaganda o papel de vilã" [6.o parágrafo]

67. No período "Convém, pois, relembrá-la aqui.", o termo destacado estabelece relação de:
a. explicação
b. conclusão
c. exemplificação
d. conformidade
e. consequência

68. Assinale abaixo a única frase que apresenta exatamente o mesmo sentido do período "A interpretação tradicional dessa fábula nos ensina, de maneira maniqueísta, que a formiga trabalha e é previdente, ao passo que a cigarra apenas canta e, portanto, merece passar pelas adversidades."
a. De maneira maniqueísta, a interpretação tradicional dessa fábula nos ensina que a formiga trabalha e é previdente, ao passo que a cigarra apenas canta e, portanto, merece passar pelas adversidades.
b. A interpretação tradicional dessa fábula nos ensina que a formiga trabalha de maneira maniqueísta e é previdente, ao passo que a cigarra apenas canta e, portanto, merece passar pelas adversidades.
c. A interpretação tradicional dessa fábula nos ensina que a formiga trabalha e é previdente, ao passo que a cigarra, de maneira maniqueísta, apenas canta e, portanto, merece passar pelas adversidades.
d. A interpretação tradicional dessa fábula nos ensina que a formiga trabalha e é previdente, ao passo que a cigarra apenas canta e, portanto, de maneira maniqueísta, merece passar pelas adversidades.
e. A interpretação tradicional dessa fábula nos ensina que a formiga trabalha e é previdente, ao passo que a cigarra apenas canta e, portanto, merece passar pelas adversidades de maneira maniqueísta.

Leia a sinopse do filme "A Vítima Suspeita", publicada no site de um canal de TV, para responder aos testes 69 e 70.
Jovem mãe torna-se suspeita pelas autoridades depois de informá-las sobre o seqüestro de seu bebê. Ela deve encontrar os culpados para poder livrar-se desta situação.

69. A preposição "por" em "torna-se suspeita pelas autoridades" não é a mais adequada para indicar a ideia de que o relato da jovem mãe sobre o sequestro do filho a comprometeu frente às autoridades. Assinale a única frase em que não se corrigiu o equívoco do texto original.
a. Jovem mãe é considerada suspeita pelas autoridades.
b. Jovem mãe torna-se suspeita para as autoridades.
c. Jovem mãe passa a ser suspeita segundo as autoridades.
d. Jovem mãe é julgada suspeita em função das autoridades.
e. Jovem mãe transforma-se alvo da suspeita das autoridades.

70. Observe as hipóteses de desenvolvimento para a oração subordinada adverbial reduzida presente em "Ela deve encontrar os culpados para poder livrar-se desta situação".
I. ainda que possa se livrar desta situação
II. de modo que possa se livrar desta situação
III. para que possa se livrar desta situação

O desenvolvimento sugerido e a circunstância expressa estão corretos apenas em
a. I concessão.
b. II consequência.
c. III finalidade.
d. II finalidade.
e. III conformidade.

Leia o texto seguinte para responder aos testes 71 e 72.

Um dos traços marcantes do atual período histórico é (…) o papel verdadeiramente despótico da informação. (…) As novas condições técnicas deveriam permitir a ampliação do  conhecimento do planeta, dos objetos que o formam, das sociedades que o habitam e dos homens em sua realidade intrínseca. Todavia, nas condições atuais, as técnicas da informação são principalmente utilizadas por um punhado de atores em função de seus objetivos particulares. Essas técnicas da informação (por  enquanto) são apropriadas por alguns Estados e por algumas empresas, aprofundando assim os processos de criação de desigualdades. É desse modo que a periferia do sistema capitalista acaba se  tornando ainda mais periférica, seja porque não  dispõe totalmente dos novos meios de produção, seja porque lhe escapa a possibilidade de controle.
O que é transmitido à maioria da humanidade é, de fato, uma informação manipulada que, em lugar de esclarecer, confunde.
Milton Santos, Por uma outra globalização./

71. (FUVEST) Observe os sinônimos indicados entre parênteses:
I. "o papel verdadeiramente despótico (= tirânico) da informação";
II. "dos homens em sua realidade intrínseca (= inerente)";
III. "são apropriadas (= adequadas) por alguns Estados".
Considerando-se o texto, a equivalência sinonímica está correta apenas em:
a. I.
b. II.
c. III.
d. I e II.
e. I e III.

72. (FUVEST-adaptado) Assinale a frase que expressa uma oposição estabelecida no texto de Milton Santos.
a. Há novas condições técnicas, porém as técnicas da informação têm avançado muito.
b. Existem alguns punhados de atores sociais que, entretanto, buscam objetivos particulares.
c. Embora tenha ocorrido ampliação do conhecimento, a informação é limitada, já que é manipulada.
d. A informação é apropriada por alguns Estados, ainda que haja criação de desigualdades.
e. Se bem que vivamos no atual período histórico, participamos da periferia do sistema capitalista.

Leia a propaganda da Rádio Eldorado para responder aos testes 73 e 74.

73. Considere as afirmações seguintes.
I. A primeira parte da chamada da propaganda, "ser cada vez mais ouvida", é polissêmica, pois refere-se tanto às ouvintes quanto às locutoras.
II. A expressão "da mulher" é ambígua em "Uma conquista da mulher que a gente entende bem", pois, no contexto da propaganda, pode assumir não só a função de adjunto adnominal, mas também de complemento nominal. A mulher seria aquela que efetuou a conquista, mas também quem se beneficiou dela, ou seja, simultaneamente é "agente" e "alvo" da conquista.
III. O pronome relativo presente na chamada pode teoricamente se referir aos antecedentes "mulher" e "conquista". Essa ambiguidade é inadequada no contexto uma vez que, por ser restritiva, a oração adjetiva não admite como antecedente o termo "mulher".
Está correto somente o que se afirma em
a. I.
b. II.
c. III.
d. II e III.
e. I e III.

74. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) em relação à transposição do período "Uma conquista da mulher que a gente entende muito bem" para a voz passiva:
( ) Obtém-seUma conquista da mulher que é muito bem entendida por todos, caso da passiva analítica.
( ) Obtém-seUma conquista da mulher que se entende muito bem, caso da passiva sintética.
( ) A palavra "que" tem sua função sintática alterada, de sujeito para objeto direto.
( ) A palavra "que" mantém a sua função sintática.

A sequência correta é
a. F V F F.
b. V V V F.
c. F V V F.
d. V V F V.
e. V F F V.

75. (PUC) "Era a sobrinha de Dona Maria já muito desenvolvida, porém que, tendo perdido as graças de menina, ainda não tinha adquirido a beleza de moça: era alta, magra, pálida; andava com o queixo enterrado no peito, trazia as pálpebras sempre baixas, e olhava a furto; tinha os braços finos e compridos; o cabelo, cortado, dava-lhe apenas até o pescoço, e como andava mal penteada e trazia a cabeça sempre baixa, uma grande porção lhe caía sobre a testa e olhos, como uma viseira."

O trecho acima é do romance Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida. Dele pode afirmar-se que
a. confirma o padrão romântico da descrição da personagem feminina, representada nesta  obra por Luisinha.
b. não fere o estilo romântico de descrever e narrar, pois se justifica por seu caráter de transição da estética romântica para a realista.
c. exemplifica a afirmação de que o referido romance estava em descompasso com os padrões e o tom do Romantismo.
d. justifica, dentro do Romantismo, a caracterização sempre idealizada do perfil feminino de suas personagens.
e. insere-se na estética romântica, apesar das características negativas da personagem, que fazem dela legítima representante da dialética da malandragem.

76. Leia as afirmações a seguir sobre Memórias de um Sargento de Milícias, de Manuel Antônio de Almeida.
I. A linguagem coloquial e jornalística que caracteriza o romance distancia-se do estilo poético das obras românticas e pode ser associada ao fato de melhor adequar-se à narrativa das peripécias de um anti-herói.
II. O romance retrata com comicidade não só as aventuras de um herói meio marginal, mas também a vida das classes populares que viviam no Rio de Janeiro nos tempos do reinado de D. João VI.
III. As personagens dividem-se entre a categoria dos que representam a ordem e a legalidade, e a dos que representam a desordem e a ilegalidade, o que confirma uma visão coerente com o maniqueísmo romântico.
Pode-se afirmar que:
a. somente a afirmação I é correta.
b. somente a afirmação II é correta.
c. somente a afirmação III é correta.
d. as afirmações I e II são corretas.
e. as afirmações I, II e III são corretas.

77. Em Auto da barca do inferno, de Gil Vicente, pode-se afirmar que a linguagem empregada é a. coloquial, uma vez que se apresenta na forma do discurso direto e procura imitar a espontaneidade da fala.
b. datada ou limitada a uma determinada época, já que consiste no registro medieval da língua conhecido como galego-português.
c. culta, o que se associa ao fato de Gil Vicente ser o dramaturgo oficial da corte.
d. homogênea, pois em todas as falas há um denominador comum: a mensagem moralizante.
e. heterogênea, já que é um elemento caracterizador das alegorias e tipos representados.

78. Leia o texto transcrito abaixo, de Iracema, de José de Alencar, e considere as afirmações seguintes.
Soava a pocema da vitória. Os guerreiros pitiguaras conduzidos por Jacaúna e Poti varriam a floresta. Fugindo, os tabajaras arrebataram seu chefe ao ódio da filha de Araquém que o podia abater, como a jandaia abate o prócero coqueiro roendo-lhe o cerne.
Os olhos de Iracema, estendidos pela floresta, viram o chão juncado de cadáveres de seus irmãos; e longe o bando dos guerreiros tabajaras que fugia em nuvem negra de pó. Aquele sangue que enrubescia a terra, era o mesmo sangue brioso que lhe ardia nas faces de vergonha.
O pranto orvalhou seu lindo semblante. Martim afastou-se para não envergonhar a tristeza de Iracema.

I. O trecho narra a vitória dos pitiguaras sobre o tabajaras, fato a que o narrador se refere através da metáfora "varriam a floresta".
II. O primeiro parágrafo refere-se à necessidade que os tabajaras sentiram de proteger Irapuã da fúria de Iracema.
III. A tristeza de Iracema é a causa da vergonha de Martim.

Está correto apenas o que se afirma em
a. I.
b. II.
c. I e II.
d. I, II e III.
e. II e III.

(FUVEST) Texto para as questões 79 e 80.
Assim se explicam a minha estada debaixo da janela de Capitu e a passagem de um cavaleiro, um dandy, como então dizíamos. Montava um belo cavalo alazão, firme na sela, rédea na mão esquerda, a direita à cinta, botas de verniz, figura e postura esbeltas: a cara não me era desconhecida.
Tinham passado outros, e ainda outros viriam atrás; todos iam às suas namoradas. Era uso do tempo namorar a cavalo. Relê Alencar: "Porque um estudante (dizia um dos seus personagens de teatro de 1858) não pode estar sem estas duas coisas, um cavalo e uma namorada". Relê Álvares de Azevedo.
Uma das suas poesias é destinada a contar (1851) que residia em Catumbi, e, para ver a namorada no Catete, alugara um cavalo por três mil-réis...
Machado de Assis. Dom Casmurro.

79. Com a frase "como então dizíamos" (linha 3), o narrador tem por objetivo, principalmente,
a. comentar um uso linguístico de época anterior ao presente da narração.
b. criticar o uso de um estrangeirismo que caíra em desuso.
c. marcar o uso da primeira pessoa do plural.
d. registrar a passagem do cavaleiro diante da janela de Capitu.
e. condenar o modo como se falava no passado.

80. Considerando-se o excerto no contexto da obra a que pertence, pode-se afirmar corretamente que as referências a Alencar e a Álvares de Azevedo revelam que, em Dom Casmurro, Machado de Assis
a. expôs, embora tardiamente, o seu nacionalismo literário e sua consequente recusa de leituras estrangeiras.
b. negou ao Romantismo a capacidade de referir-se à realidade, tendo em vista o hábito romântico de tudo idealizar e exagerar.
c. recusou, finalmente, o Realismo, para começar o retorno às tradições românticas que irá caracterizar seus últimos romances.
d. declarou que o passado não tem relação com o presente e que, portanto, os escritores de outras épocas não mais merecem ser lidos.
e. utilizou, como em outras obras suas, elementos do legado de seus predecessores locais, alterando-lhes, entretanto, contexto e significado.

Português
Leia o anúncio abaixo para responder às questões 10 e 11.

10. (ESPM/RS-2006. Adaptado) Sobre o anúncio da Fundação S.O.S. Mata Atlântica, assinale a afirmação correta.

a. A desproporção da gota em relação à mata sugere a redução desta e a abundância daquela.
b. O descaso com a Mata Atlântica é uma causa do esgotamento de água.
c. O anúncio chama atenção para dois problemas ambientais graves e independentes entre si: a escassez de água e a destruição da Mata Atlântica.
d. As queimadas aumentam proporcionalmente à escassez de água ocasionada pela falta de chuva.
e. A disposição organizada das árvores sobre a torneira sugere a necessidade de madeira de reflorestamento.

11. A respeito da expressão "lavar as mãos", presente no anúncio, assinale a alternativa correta.
a. "Lavar as mãos" apresenta, no texto, apenas sentido denotativo: o indivíduo não terá, em breve, água para realizar a higiene de suas mãos.
b. A expressão "lavar as mãos" assume unicamente sentido conotativo, uma vez que, no texto do anúncio, faz-se menção ao descaso de muitos indivíduos para o problema do desperdício de água.
c. O anúncio explora tanto o sentido denotativo quanto o sentido conotativo de "lavar as mãos", uma vez que aponta para o descaso de muitas pessoas para os problemas ambientais e para a possível falta de água no planeta.
d. No anúncio, "lavar as mãos" é uma expressão imprecisa, uma vez que não fica claro se a intenção do autor foi explorar o sentido denotativo ou conotativo da expressão.
e. "Lavar as mãos" apresenta sentidos denotativo e conotativo complementares entre si: de acordo com o anúncio, o indivíduo que ignorar ("lavar as mãos" para) os problemas ambientais da Mata Atlântica em breve poderá "lavar as mãos", aproveitando-se da água disponível no planeta.

Português
Leia o anúncio abaixo para responder às questões 10 e 11. Leia o texto abaixo para responder aos testes 12 e 13.

A USP, em parceria com a Prefeitura de Campo Grande (MS) e algumas ONGs, realizou um estudo para calcular a pegada ecológica dessa cidade. Com base nos hábitos de consumo da população desta capital, o estudo chegou à conclusão de que a pegada ecológica da cidade é de 3,14 hectares globais por pessoa.
A pegada ecológica de um lugar, comunidade ou indivíduo é o tamanho das áreas produtivas necessárias para sustentar determinado estilo de vida. Ou seja, é a extensão de território, em hectares, que uma pessoa ou sociedade utiliza, em média, para se alimentar, locomover ou vestir, entre outros hábitos.
O número apresentado é superior à média global de 2,7 hectares per capita. No entanto, esses dados são mais preocupantes ao se considerar a biocapacidade disponível para cada ser humano de apenas 1,8 hectare, segundo a ecosSISTEMAS, uma das ONGs participantes do estudo.
Segundo a WWF Brasil, outra ONG participante da pesquisa, a escolha de Campo Grande para ser a primeira a testar a metodologia deveu-se à localização - fica próxima ao Pantanal, um dos biomas mais importantes do país - e ao perfil parecido com as demais cidades brasileiras.
O objetivo da pesquisa foi a criação de uma ferramenta de gestão para ajudar no planejamento e na gestão pública, além de mobilizar a população para rever seus hábitos de consumo e escolher produtos mais sustentáveis.
Outra iniciativa que se pretende com a nova metodologia é estimular empresas a melhorar suas cadeias produtivas.
http://www.agencia.fapesp.br/materia/13763/pegada-das-cidade s.htm (adaptado) - visualizado em 21/04/11.

12. De acordo com o texto, o fato de a pegada ecológica de Campo Grande ser de 3,14 hectares globais por pessoa deve ser especialmente objeto de atenção porque:
a. a cidade de Campo Grande apresenta características similares às de outras cidades brasileiras, o que indica que estas também apresentam uma pegada ecológica significativa.
b. a cidade de Campo Grande encontra-se localizada perto de um dos biomas mais importantes do Brasil, o Pantanal.
c. esse resultado representa quase o dobro da biocapacidade disponível para cada habitante do planeta.
d. esse resultado é superior à média global, o que indica que os moradores de Campo Grande não se preocupam com os danos que causam ao meio ambiente.
e. esse resultado gerou ações importantes por parte da iniciativa pública, as quais podem servir de modelo para outras localidades.

Considere o trecho do texto e as frases seguintes para responder ao teste 13:

"A pegada ecológica de um lugar,
comunidade ou indivíduo é o tamanho das áreas
produtivas necessárias para sustentar determinado
estilo de vida. Ou seja, é a extensão de território,
em hectares, que uma pessoa ou sociedade utiliza,
em média, para se alimentar, locomover ou vestir,
entre outros hábitos."

I. Seja rico ou seja pobre, o condomínio "Stanford" é o lugar certo para alguém viver.
II. "Sabe a sensação quando alguém te beija? Ou seja, cerveja." (verso da canção "Ou seja, cerveja", de autoria de Ivete Sangalo)
III. "Dinheiro é uma metáfora, ou seja, uma coisa que significa outra coisa." (http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ul  t91u548486.shtml)
IV. Meu irmão foi promovido a diretor da empresa, ou seja, irá mudar para uma residência mais confortável.

13. No excerto transcrito, a expressão "ou seja" foi corretamente empregada. A(s) afirmação(ções) em que também haja o emprego adequado de tal expressão é (são):
a. I, II, III e IV.
b. I e III.
c. II e IV.
d. II e III.
e. III, apenas.

Observe atentamente a propaganda seguinte, para responder aos testes 14 a 16.

A Italac começou sua história como todo mundo: com leite. E hoje, depois de 16 anos crescendo com você, se tornou uma empresa de alimentos. Grande ou pequena, seu compromisso continua sempre o mesmo: produzir alimentos gostosos e de qualidade para você. Revista Caras, 21-01-2011.

14. Ao se relacionar a linguagem verbal e a não verbal, sugere-se que
a. a criança que toma leite torna-se um jogador de futebol.
b. todo jogador de futebol foi um menino que consumiu leite.
c. o leite é um alimento imprescindível tanto na infância quanto na idade adulta.
d. o consumo de leite é imprescindível na infância, mas dispensável na vida adulta.
e. o consumo de leite na infância favorece um desenvolvimento saudável.

15. O conectivo "como" em "A Italac começou sua história como todo mundo: com leite", estabelece a mesma relação presente em:
a. Como havíamos previsto, o desastre aconteceu.
b. Como não conseguimos baixar os vídeos, nossa apresentação ficou prejudicada.
c. Tudo acabou dando certo, como planejara nosso chefe.
d. Como nas tempestades de janeiro, estamos em estado de desespero.
e. Infelizmente, como eu havia pensado, não pude terminar o trabalho.

16. Considere as afirmações:
I. No período "E hoje, depois de 16 anos crescendo com você, se tornou uma empresa de alimentos", a oração reduzida "crescendo com você" expressa a circunstância de modo.
II. Em "Grande ou pequena, seu compromisso continua sempre o mesmo: produzir
alimentos gostosos e de qualidade para você", a oração destacada retoma "compromisso", sendo, portanto, classificada como subordinada adjetiva restritiva reduzida de infinitivo.
III. Em "E hoje, depois de 16 anos crescendo com você, se tornou uma empresa de alimentos", o conectivo "e" é equivalente a "mas", pois estabelece uma oposição entre o início da empresa e sua situação atual.

Está correto o que se afirma em
a. I apenas.
b. II apenas.
c. III apenas.
d. I e II apenas.
e. I e III apenas.

Observe a propaganda para responder aos testes 17 e 18.

Estamos iniciando uma mudança. A partir de agora, não queremos mais falar linguagem de contrato com você, só de gente. Estamos imprimindo só o necessário e deixando tudo numa página personalizada para você na internet, salvando milhares de árvores. E isso é um projeto a longo prazo: a gente começa a melhorar o mundo hoje e não para nunca mais.
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17. Considere as afirmações.
I. Na chamada, a expressividade advém da exploração de uma aparente incoerência entre o investimento em tecnologia e a sua finalidade.
II. O completo entendimento da chamada só é possível ao se considerar que o termo "humano"
está relacionado também à preocupação ambiental da empresa anunciante.
III. Ao investir em tecnologia, o anunciante evita a derrubada de árvores para a produção do papel que seria usado na impressão dos contratos com os clientes, desse modo melhorando a vida das pessoas a longo prazo.
É correto o que se afirma em
a. I apenas.
b. I e II apenas.
c. II e III apenas.
d. II apenas.
e. I, II e III.

18. Considerando o papel dos dois pontos na chamada, assinale a alternativa que apresenta o conectivo que poderia substituir esse sinal de pontuação, sem prejuízo de sentido da frase.
a. de modo que
b. portanto
c. porque
d. mas
e. quando

19. (Enem-2003) Observe atentamente a pintura e o texto que a segue para responder ao teste.

Operários, Tarsila do Amaral

Desiguais na fisionomia, na cor e na raça,
o que lhes assegura identidade peculiar, são iguais
enquanto frente de trabalho. Num dos cantos, as
chaminés das indústrias se alçam verticalmente. No
mais, em todo o quadro, rostos colados um ao lado
do outro, em pirâmide que tende a se prolongar
infinitamente, como mercadoria que se acumula,
pelo quadro afora.
Nádia Gotlib. Tarsila do Amaral, a modernista.

19 - O texto aponta, no quadro de Tarsila do Amaral, um tema que também se encontra nos versos transcritos em
a. "Pensem nas meninas / Cegas inexatas / Pensem nas mulheres / Rotas alteradas." (Vinícius de Moraes)
b. "Somos muitos severinos / iguais em tudo e na sina: / a de abrandar estas pedras / suando-se muito em cima." (João Cabral de Melo Neto)
c. "O funcionário público / não cabe no poema / com seu salário de fome / sua vida fechada em arquivos." (Ferreira Gullar)
d. "Não sou nada. / Nunca serei nada. / Não posso querer ser nada. / À parte isso, tenho em mim todos os / sonhos do mundo." (Fernando Pessoa)
e. "Os inocentes do Leblon / Não viram o navio entrar (...) / Os inocentes, definitivamente inocentes tudo ignoravam, / mas a areia é quente, e há um óleo suave / que eles passam pelas costas, e aquecem." (Carlos Drummond de Andrade)

20. Leia as explicações abaixo, redigidas pelo professor Gilberto Mendonça Teles:
I. (...) exaltou a vida moderna, procurou estabelecer o culto da máquina e da velocidade, pregando ao mesmo tempo a destruição do passado e dos meios tradicionais da expressão literária (...).
II. Ao niilismo dadaísta opunham agora o conhecimento total do homem, para o que tanto a poesia como a pintura não passavam de meios de investigação que lhes permitiam, como "cientistas", explorar o inconsciente, o sonho (...).

As explicações referem-se às seguintes vanguardas européias:
a. I - Surrealismo; II - Cubismo.
b. I - Cubismo; II - Expressionismo.
c. I - Futurismo; II - Expressionismo.
d. I - Expressionismo; II - Cubismo.
e. I - Futurismo; II - Surrealismo.

21. Leia os versos de Álvaro de Campos transcritos abaixo e considere as afirmações que seguem.

Reticências
Arrumar a vida, pôr prateleiras na vontade
[e na ação.
Quero fazer isto agora, como sempre quis, com o
[mesmo resultado;
Mas que bom ter o propósito claro, firme só na
[clareza, de fazer qualquer coisa!
Vou fazer as malas para o Definitivo,
Organizar Álvaro de Campos,
E amanhã ficar na mesma coisa que antes de ontem
[ _ um antes de ontem que é sempre...

I. Ainda que o poeta tenha consciência de que a sua busca por compreender-se seja inútil, entrega-se permanentemente a ela.
II. A expressão metafórica "pôr prateleiras na vontade e na ação" sugere a idéia de que o poeta deseja eliminar as emoções para, assim, governar-se.
III. O título do poema, associado aos versos, enfatiza a ausência de respostas para os anseios do poeta.
Está correto somente o que se afirma em:
a. I.
b. II.
c. I e II.
d. I e III.
e. I, II e III.

Leia os versos de Fernando Pessoa transcritos abaixo para responder ao teste 22.

A espantosa realidade das cousas
É a minha descoberta de todos os dias.
Cada cousa é o que é,
E é difícil explicar a alguém quanto isso me alegra,
E quanto isso me basta.
Basta existir para se ser completo.
(...)
Às vezes ponho-me a olhar para uma pedra.
Não me ponho a pensar se ela sente.
Não me perco a chamar-lhe minha irmã.
Mas gosto dela por ela ser uma pedra.

22. A autoria do poema transcrito deve ser atribuída
a. a Álvaro de Campos, devido ao versilibrismo e à linguagem simples, características modernistas desse heterônimo.
b. a Alberto Caeiro, devido à simplicidade de expressão e à subjetividade presente nos trechos "minha descoberta", "isso me alegra" e "gosto dela".
c. a Alberto Caeiro, pelo fato de que o eu lírico rejeita a projeção de características humanas sobre a natureza em favor de uma percepção puramente sensorial da mesma.
d. a Ricardo Reis, por tratar-se de versos cuja simplicidade remete ao equilíbrio clássico.
e. a Fernando Pessoa em sua manifestação ortônima, por tratar-se de um poema metalinguístico.

23. Leia o seguinte comentário do crítico Alfredo Bosi sobre o romance Dom Casmurro, de Machado de Assis.

Bento não vê na bem-amada olhos enviesados para os lados ou para baixo; vê olhos de ressaca, intuição perturbadora, metáfora sugestiva que transfere para as vagas do mar, do mar que voltará tragando Escobar, o fluxo e o refluxo do olhar, figura da vontade de viver e de poder, uma só energia latente naquela mulher, "mais mulher do que eu era homem", como Bentinho admite na sua confissão de fraqueza que inverte a posição de classe e a faz esquecida ou inoperante.
O enigma do olhar.

Sobre o texto transcrito, assinale a alternativa incorreta.

a. Na primeira oração do trecho, o crítico refere-se, indiretamente, à expressão "olhos de cigana oblíqua e dissimulada", criada por José Dias.
b. De acordo com Alfredo Bosi, a metáfora "olhos de ressaca" sugere a perturbação sentida por Bentinho diante de uma mulher poderosa e voluntariosa.
c. O texto faz referência tanto à primeira quanto à segunda ocorrência da imagem "olhos de ressaca" na obra, relativa ao velório de Escobar.
d. "Capitu era mais mulher do que eu era homem" é uma frase a que o crítico se refere e que fora proferida pelo narrador para sugerir as dúvidas que o atormentavam.
e. O fato de Capitu ser "mais mulher" do que Bentinho "era homem" é vista, pelo crítico, como capaz de subverter a hierarquia social em que se inscrevem essas personagens.

(UNICAMP-modificada) Leia os trechos abaixo, de Auto da barca do inferno, de Gil Vicente, e de Memórias de um sargento de milícias, de Manuel Antônio de Almeida, para responder ao teste 24.

Texto I

Frade
Ah, Corpo de Deus consagrado!
Pela fé de Jesus Cristo,
qu'eu não posso entender isto!
Eu hei-de ser condenado?
Um padre tão namorado
e tanto dado à virtude!
Assi Deus me dê saúde
que eu estou maravilhado!

Diabo
Não façamos mais detença.
Embarcai e partiremos:
tomareis um par de remos.
(...)

Frade
Par Deus! Essa seri'ela!
Não vai em tal caravela
minha senhora Florença.
Como? Por ser namorado e folgar com ua mulher
se há um frade de se perder,
com tanto salmo rezado?
Gil Vicente, Auto da barca do inferno. São Paulo: Ática, 2006, p. 35-36.

Texto II
Os leitores estão já curiosos por saber quem é ela, e têm razão; vamos já satisfazê-los. O major era pecador antigo, e no seu tempo fora daqueles de quem se diz que não deram o seu quinhão ao vigário: restava-lhe ainda hoje alguma coisa que às vezes lhe recordava o passado: essa alguma coisa era a Maria-Regalada que morava na Prainha. Maria-Regalada fora no seu tempo uma mocetona de truz, como vulgarmente se diz: era de um gênio sobremaneira folgazão, vivia em contínua alegria, ria-se de tudo, e de cada vez que se ria fazia-o por muito tempo e com muito gosto: daí é que vinha o apelido - regalada - que haviam juntado ao seu nome.
Manuel Antonio de Almeida, Memória de um sargento de milícias. São Paulo: Ática, 2004, Capítulo XLV - "Empenhos", p. 142.)

24. Considerando os fragmentos transcritos, pode-se afirmar que a conduta das personagens masculinas retratadas
a. reforça o maniqueísmo evidente nas duas obras, nas quais há clara representação do Bem e do Mal.
b. revela uma evidente crítica a instituições que deveriam ser compostas por pessoas de condutas exemplares.
c. evidencia influência da moralidade cristã nas duas obras, na medida em que o pecado está associado ao prazer carnal.
d. enfatiza o caráter moralizante das duas obras ao tratar do prazer carnal como um "pecado" a ser evitado.
e. colabora para a propagação das ideias cristãs, presentes em obras humanistas e românticas, na medida em que, ao final das histórias, as personagens são punidas por seus atos pecaminosos.

Leia o fragmento abaixo para responder ao teste 25.

A redução das criaturas ao nível animal cai dentro dos códigos antirromânticos de despersonalização; mas o que uma análise mais percuciente atribuiria ao sistema desumano de trabalho (...) à consciência do naturalista aparece como um fado de origem fisiológica, portanto inapelável. Como dá caráter absoluto ao que é efeito da iniquidade social, o naturalista acaba fatalmente estendendo a amargura da sua reflexão à própria fonte de todas as suas leis: a natureza humana afigura-se-lhe uma selva selvaggia onde os fortes comem os fracos. Essa, a mola do Cortiço.
Essa, a explicação das vilanias e torpezas que "naturalmente" devem povoar a existência da gente pobre. E essa também a causa do desfecho, que se quer trágico, mas é apenas teatral.
Alfredo Bosi. História concisa da Literatura Brasileira.

25. Considerando o comentário de Alfredo Bosi sobre O cortiço, de Aluísio Azevedo, bem como seus conhecimentos sobre essa obra, assinale a alternativa incorreta.
a. A alusão à "redução das criaturas ao nível animal" na obra pode ser associada à zoomorfização, muito comum em O cortiço.
b. A afirmação do autor de que o naturalista atribui o sistema desumano de trabalho a "um fado de origem fisiológica, portanto inapelável" pode ser associada à visão determinista, própria do Naturalismo, evidente na obra de Aluísio Azevedo.
c. Na afirmação de que, para o naturalista, "a natureza humana afigura-se-lhe uma selva selvaggia onde os fortes comem os fracos", há uma evidente referência à teoria da seleção natural, que é usada para explicar o triunfo de alguns personagens e a degradação de outros na obra.
d. De acordo com Alfredo Bosi, a falta de dignidade das pessoas pobres, retratadas em O cortiço, é  justificada por meio de fatores naturais.
e. Para o professor Alfredo Bosi, o desfecho de O cortiço "se quer trágico, mas é apenas teatral", pois, ao final da obra, Bertoleza simula um ato funesto.

2 comentários:

Anônimo disse...

Cadê o gabarito dessas questões??

Anônimo disse...

alguém poderia me dizer o gabarito da questão 72?