terça-feira, 21 de junho de 2011

AVALIAÇÃO GLOBAL DE LÍNGUA PORTUGUESA - 2° ANO


AVALIAÇÃO DE LINGUA PORTUGUESA


ESCOLA FRANCISCO HOLANDA MONTENEGRO 2º ano

NOME: _____________________________________________ Nº ___________

As questões 1 e 2 referem-se ao poema.

A DANÇA E A ALMA

A DANÇA? Não é movimento,
súbito gesto musical.
É concentração, num momento,
da humana graça natural.
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança – não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir à forma do ser,
por sobre o mistério das fábulas.
(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.)

1 - A definição de dança, em linguagem de dicionário, que mais se aproxima do que está expresso no poema é

(A) a mais antiga das artes, servindo como elemento de comunicação e afirmação do homem em todos os momentos de sua existência.
(B) a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espírito.
(C) a manifestação do ser humano, formada por uma seqüência de gestos, passos e movimentos desconcertados.
(D) o conjunto organizado de movimentos do corpo, com ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos, emoções etc.
(E) o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indivíduo e, por conseqüência, ao seu desenvolvimento intelectual e à sua cultura.

2 - O poema “A Dança e a Alma” é construído com base em contrastes, como “movimento” e concentração”. Em uma das estrofes, o termo que estabelece contraste com solo é:

(A) éter. (B) seiva. (C) chão. (D) paixão. (E) ser.

3 - Leia com atenção o texto:

[Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas desconhecendo certas sutilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos — peça para ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisola — mas não se assuste, porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma delícia?)
(Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, no 3, 78.)

O texto destaca a diferença entre o português do Brasil e o de Portugal quanto
(A) ao vocabulário.
(B) à derivação.
(C) à pronúncia.
(D) ao gênero.
(E) à sintaxe.

Instruções: As questões de números 04 e 05 referem-se ao poema abaixo.
Epígrafe*
Murmúrio de água na clepsidra** gotejante,
Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulando a pedra do quadrante***
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre...
Homem, que fazes tu? Para que tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça?
Procuremos somente a Beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa...
(Eugênio de Castro. Antologia pessoal da poesia portuguesa)

(*) Epígrafe: inscrição colocada no ponto mais alto; tema.
(**) Clepsidra: relógio de água.
(***) Pedra do quadrante: parte superior de um relógio de sol.

4 - A imagem contida em “lentas gotas de som” (verso 2) é retomada na segunda estrofe por meio da expressão:
(A) tanta ameaça.
(B) som de bronze.
(C) punhado de areia.
(D) sombra que passa.
(E) somente a Beleza.

5- Neste poema, o que leva o poeta a questionar determinadas ações humanas (versos 6 e 7) é a
(A) infantilidade do ser humano.
(B) destruição da natureza.
(C) exaltação da violência.
(D) inutilidade do trabalho.
(E) brevidade da vida.

O boto e a Baía da Guanabara
Piraiaguara sentiu um grande orgulho de ser carioca. Se o Atobá Maroto tinha dado nome para as ilhas, ele e todos os outros botos eram muito mais importantes. Eles eram o símbolo daquele lugar privilegiado: a cidade do Rio de Janeiro.
A “mui leal e heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”.
Piraiaguara fazia questão de lembrar do título, e também de toda a história da cidade e da Baía de Guanabara.
Os outros botos zombavam dele: Leal? Uma cidade que quase acabou conosco, que poluiu a baía? Heróica? Uma cidade que expulsou as baleias, destruiu os mangues e quase não nos deixou sardinhas para comer? Olha aí para o fundo e vê quanto cano e lixo essa cidade jogou aqui dentro!
Acorda do encantamento, Piraiaguara! O Rio de Janeiro e a Baía de Guanabara foram bonitos sim, mas isso foi há muito tempo. Não adianta ficar suspirando pela beleza do Morro do Castelo, ou pelas praias e pela mata que desapareceram. Olha que, se continuar sonhando acordado, você vai acabar sendo atropelado por um navio! O medo e a tristeza passavam por ele como um arrepio de dor. Talvez nenhum outro boto sentisse tanto a violência da destruição da Guanabara. Mas, certamente, ninguém conseguia enxergar tão bem as belezas daquele lugar.
Num instante, o arrepio passava, e a alegria brotava de novo em seu coração.
HETZEL, B. Piraiaguara. São Paulo: Ática, 2000. p. 16 – 20.

6 - Os outros botos zombavam de Piraiaguara, porque ele:
(A) conhecia muito bem a história do Rio de Janeiro.
(B) enxergava apenas o lado bonito do Rio de Janeiro.
(C) julgava os botos mais importantes do que os outros animais.
(D) sentia tristeza pela destruição da Baía da Guanabara.

7 - O fato que provoca a discussão entre as personagens é:
(A) a escolha de nomes de botos para as ilhas.
(B) a história da cidade do Rio de Janeiro.
(C) o orgulho do boto pela cidade do Rio de Janeiro.
(D) os perigos do Rio de Janeiro para os botos.

8 - Em “se continuar sonhando acordado, você vai acabar sendo atropelado por um navio!” (��. 25-26), o termo sublinhado estabelece, nesse trecho, relação de
(A) causa.
(B) concessão.
(C) condição.
(D) tempo.
Bloco 3 –
O Encontro
Em redor, o vasto campo. Mergulhado em névoa branda, o verde era pálido e opaco.
Contra o céu, erguiam-se os negros penhascos tão retos que pareciam recortados a faca. Espetado na ponta da pedra mais alta, o sol espiava atrás de uma nuvem.
Onde, meu Deus?! – perguntava a mim mesma – Onde vi esta mesma paisagem, numa tarde assim igual?”
Era a primeira vez que eu pisava naquele lugar. Nas minhas andanças pelas redondezas, jamais fora além do vale. Mas nesse dia, sem nenhum cansaço, transpus a colina e cheguei ao campo. Que calma! E que desolação. Tudo aquilo – disso estava bem certa – era completamente inédito pra mim.
Mas por que então o quadro se identificava, em todas as minúcias, a uma imagem semelhante lá nas profundezas da minha memória? Voltei-me para o bosque que se estendia à minha direita. Esse bosque eu também já conhecera com sua folhagem cor de brasa dentro de uma névoa dourada. “Já vi tudo isto, já vi... Mas onde? E quando?” Fui andando em direção aos penhascos.
Atravessei o campo. E cheguei à boca do abismo cavado entre as pedras. Um vapor denso subia como um hálito daquela garganta de cujo fundo insondável vinha um remotíssimo som de água corrente. Aquele som eu também conhecia. Fechei os olhos.
Mas se nunca estive aqui! Sonhei, foi isso? Percorri em sonho estes lugares e agora os encontros palpáveis, reais? Por uma dessas extraordinárias coincidências teria eu antecipado aquele passeio enquanto dormia?”
Sacudi a cabeça, não, a lembrança – tão antiga quanto viva – escapava da inconsciência de um simples sonho. [...]
TELLES, Lygia Fagundes. Oito contos de amor. São Paulo: Ática.

9 - Na frase “Já vi tudo isso, já vi... Mas onde?”
(��. 23-24), o uso das reticências sugere:
(A) impaciência.
(B) impossibilidade.
(C) incerteza.
(D) irritação.

10 – (FGV – SP) Publicados quase simultaneamente, Memórias Póstumas de Brás Cubas e O Mulato, ambos os romances praticamente inauguram dois movimentos literários no Brasil. Num deles predomina a profundidade da análise psicológica e, no outro, a preocupação com as leis da hereditariedade e a influência do ambiente sobre o homem.
Esses movimentos foram:
  1. o Modernismo e o Pós-Modernismo
  2. o Futurismo e o surrealismo
  3. o Barroco e o Trovadorismo
  4. o Romantismo e o Ultrarromantismo
  5. o Realismo e o naturalismo

11 – (FUVEST – SP) Como se sabe, Eça de Queiroz concebeu o livro O primo Basílio como um romance de critica da sociedade portuguesa, cujas “falsas bases” ele considerava um “dever atacar”. A crítica que ele aí dirige a essa sociedade incide mais diretamente sobre:
  1. o plano da economia, cuja estagnação estava na base da desordem social
  2. os problemas de ordem cultural, como os que se verificavam na educação e na literatura
  3. a excessiva dependência de Portugal em relação às colônias, responsável pelo parasitismo da burguesia metropolitana
  4. a extrema sofisticação da burguesia de Lisboa, cujo luxo e requinte conduziam à decadência dos costumes
  5. os grupos aristocráticos, remanescentes da monarquia, que continuavam a exercer sua influência corruptora em pleno regime republicano

12 – (UFSCar – SP) O que sobressai na atividade criadora de Machado de Assis é:
  1. a minuciosa busca de soluções aperfeiçoadoras, o que só se conseguiu após inúmeros e continuados exercícios
  2. a grande capacidade de inspiração, uma vez que a quantidade de romances que escreveu foi facilitada pela improvisação.
  3. o equilíbrio entre o improvisador, o inspirado e o artista, que é demonstrado pelas obras de valor desigual, que ocorrem no decorrer de sua produção literária.
  4. a sinceridade com que manifesta, por linguagem desprovida de metáforas em cada romance que escreveu, as várias fases de sua biografia.
  5. ter iniciado a carreira escrevendo romances realistas, convertendo-se, mais tarde, ao Naturalismo.



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