domingo, 8 de maio de 2011

OFICINA DE REDAÇÃO

OFICINA DE REDAÇÃO

 

Conteúdo Programático: Estilos de Redação

 

Turmas: 2º e 3º anos

 

Objetivo: Trabalhar as técnicas de redações, observando caso a caso: redação narrativa, dissertativa, argumentativa, descritiva e seus segmentos

 

Disciplina: Lingua Portuguesa

Metodologia: leitura exponencial do assunto abordado

Aulas expositivas

 

Avaliação: Interação do grupo

Conhecimento acerca do assunto

Participação dos questionamento e abordagens do porque do uso da redação nos vestibulares e afins.

 

Por que escrever?


Escrevemos para nos expressarmos melhor!
Qual o sentido da escrita? Por que escrever? Muitas vezes, quando debruçado em uma mesa de escola, na aula de redação, o aluno pensa muitas vezes sobre um mesmo tema! 
E se pergunta constantemente: por que tenho que escrever isso? 

O princípio e motivo básico da escrita é a expressão: de um pensamento, de sentimentos, de conhecimento, de uma reflexão, etc. 

Dizemos que é a exposição verbal do que poderíamos ter dito! Há coisas que precisam ser escritas e não faladas! 

A escrita, então, é como o escape daquilo que está dentro de nós! Portanto, para a maioria é uma satisfação tê-la como algo natural ao homem, intrínseco. 

Contudo, há aqueles que encontram dificuldades em escrever, o que quer que seja! Falta-lhes gozo pela leitura, sentem aprisionados à folha branca! A escrita é um experimento, quanto mais se escreve, mais se quer escrever! Assim também, quanto mais se lê, mais se quer expor o que aprendeu, o que pensa a respeito daquilo que leu! 

Mas, se ainda assim não encontrou motivos para escrever, vejamos alguns! 

Escrevemos quando estamos tristes, para desabafar, nem que seja apenas para ficar naquele pedaço de papel; escrevemos quando estamos alegres e precisamos contar o que sentimos a respeito daquela vitória conquistada; escrevemos para contar um segredo, mesmo que seja só para o diário; escrevemos para dizer que estamos apaixonados; escrevemos para dizer que amamos alguém; escrevemos porque ficamos com saudades; escrevemos porque um amigo foi morar em outro estado ou outro país; escrevemos para felicitar um nascimento e para parabenizar um aniversariante; escrevemos para deixar uma lembrança para alguém; escrevemos para consolar um amigo; escrevemos para encorajar um irmão; escrevemos para nos sentir mais próximos da família e, finalmente, escrevemos porque desejamos passar em um concurso, seja vestibular, seja para um órgão público ou uma empresa particular! 

Escrever, portanto, é um ato de conquista também! Através da escrita adquirimos objetos desejados, o que faz do ato de escrever parte importante da realização de nossos sonhos! 

E então, encontrou sentido em escrever? Leia e escreva, pois quem tem esses dois hábitos é mais ouvido, é mais apreciado e mais experiente e, portanto, sai na frente! 

Muitas pessoas tem por si que ler é uma das ações mais difíceis de serem praticadas! Concordo com elas, pois a primeira vista, tudo que nos propomos a fazer parece ser muito complicado no começo. É aquela antiga frase sussurrando aos ouvidos: Tudo é uma questão de hábito!

E temos que admitir: é mesmo! Às vezes nos sentimos desmotivados para tomar banho, escovar os dentes, ir ao banheiro. Mas ficamos agoniados depois de um dia de muito calor, de comer aquela torta de chocolate ou depois de ingerir alguns litros de água durante um jogo. Na hora, achar um banheiro é tudo que queremos, pois ele é nossa solução e alívio!

Deveria ser assim na hora que pegamos a folha de redação! O que tem a ver com o relato anterior? Tudo! Só escrevemos quando não há mais saída, mas quando chega a hora da aprovação e lemos a redação do vestibular, saber aquele determinado assunto é tudo que queremos, é chave!

Só há uma forma de você ter alívio diante dessa situação: saber o que escrever! E você só saberá o que escrever se tiver conhecimento, ou seja, leitura.

Por isso, se disponha a ler, mesmo que a princípio não seja a ação mais fácil que você tenha tomado!

Você acha que ler é difícil?


leitura pode ser um hábito prazeroso!

O primeiro mês pode ser o mais complicado, pois seu organismo ainda estará formando o hábito. Não desista se nos primeiros dias duas ou cinco páginas for penoso, pois é natural! Decida continuar; quando você vencer esta etapa, a próxima não será nada difícil. Se você tiver lido um livro de 70 páginas, poderá avançar para um de 80 ou, dependendo da disposição, para um de 100!

O interessante é que você pode tomar a decisão de ser tornar um leitor assíduo a qualquer momento!

Tomar a postura de leitor regular talvez seja a mais difícil que você adotará, no entanto, também é a mais sábia e duradoura!
Uma vez que um indivíduo começa a descobrir a leitura, a tendência é não parar!

O livro é a maneira mais rápida e fácil de adquirir conhecimento. Tudo se resolve em questão de um dia, dias ou dependendo da pessoa, meses. De qualquer modo, é uma informação adquirida e assimilada em curto prazo.

Quem lê tem mais vocabulário e também sabe adequá-lo melhor em relação ao assunto abordado. Você não só se tornará um ótimo leitor, como também um excelente escritor!

Portanto, não espere mais, escolha um livro e desfrute da sua leitura sem preocupações! Quando você ver, já estará dando conselhos sobre como se tornar um indivíduo que gosta de ler!

Antes de começar a produzir

Antes de começar a produção de texto, algumas etapas devem ser pensadas!

Quando vamos escrever um texto e não estamos acostumados a redigir, o melhor é que não coloquemos nossas ideias direto na folha definitiva, pois isso pode gerar uma redação desorganizada. 

Portanto, antes de começar a produzir, analise alguns pontos chaves para que nem você, nem o leitorfiquem confusos. 

Observe o tema proposto: o que você sabe sobre esse assunto, o que você leu a respeito? Coloque no papel. 

De acordo com seu conhecimento, você é contra ou a favor do tema sugerido? Defina-se e defenda seu enfoque. Portanto, fique atento se a ideia do início é sustentada até o final. 

Após escolher o ponto de vista, determine o objetivo de seu texto: esclarecer, impactar, alertar, 

Em seguida, estabeleça a ideia principal que virá no primeiro parágrafo. Então, selecione os argumentos que irão sustentá-la no decorrer do escrito. Este contexto deve apresentar fatos, causas e consequências que permeiam o assunto em questão. 

Por fim, não se esqueça de concluir! A conclusão deve retomar o ponto de vista e apresentar uma solução ou uma sugestão a respeito do problema que foi apresentado. 

Veja um exemplo: 

Tema proposto: Meio ambiente 
Conhecimento sobre o assunto: Aprendi o que é efeito estufa e li uma reportagem sobre as sequelas ocasionadas pelo aumento de temperatura. 
Ponto de vista: Contra o efeito estufa. 
Objetivo: alertar os leitores sobre as implicações desastrosas do aumento da temperatura. 
Argumentos: causas: emissão de gases poluentes, desmatamento; consequências: derretimento das geleiras, desequilíbrio, migrações. 
Conclusão: apontar possíveis soluções para amenizar o problema. 

Com tudo organizado, a produção será realizada com muito mais facilidade!

A Predominância de alguns termos que comprometem a oralidade e a escrita
Tanto na fala quanto na escrita devemos estar atentos quanto ao uso de certas expressões que interferem na qualidade do nosso desempenho linguístico. 

Como a função da linguagem é estritamente social, e a língua possui um caráter dinâmico, certas vezes nos sentimos apegados a certos modismos, como por exemplo, o uso de clichês, que inevitavelmente acabam se incorporando ao nosso vocabulário. 

Todavia, enquanto falantes, devemos zelar pelo nosso perfil, pois perante a sociedade somos vistos como um “todo”, e certas atitudes acabam estigmatizando-nos diante de nossas atitudes. 

A discussão em si não remete a ideia de a Gramática Normativa ser o elemento norteador no nosso cotidiano, mas sim, sabermos distinguir situações em que o contexto não permite “tais desvios”. Pois, por mais que a Linguística tenha representado um avanço muito grande para os estudiosos da língua, essa noção de certo ou errado ainda tende a se perdurar por algum tempo. 

De uma maneira mais específica analisaremos os desvios mais cometidos e suas principais características. Entre eles destacam-se: 

A Ambiguidade - Consiste em retratar uma situação em que a clareza da mensagem torna-se comprometida, havendo, portanto, uma duplicidade de interpretações. Como em: 

O menino pegou o ônibus correndo. Neste caso, não identificamos se era o menino ou se era o ônibus que corria. 

Cacofonia - Consiste na junção de sílabas que foneticamente tornam-se desagradáveis. 

Eu hoje não vi ela. 
Já que não posso amar ela, vou para o convento. 

Pleonasmo vicioso  - É o emprego de uma ideia desnecessária, uma vez que essa já faz parte da inferência do ouvinte/leitor. 

O menino entrou para dento apressadamente. 
Ele desceu para baixo neste exato momento. 

Plebeísmo  - É o emprego de certos termos que denotam falta de conhecimento/cultura por parte do falante. 

Ele falou tipo assim”... 

Barbarismos - representam literalmente o erro no emprego das palavras considerando-se a grafia, semântica e pronúncia. 

A conzinha está toda desarrumada. 
O bebê adora tomar iorgute. 
Sua sombrancelha é bem delineada. 

Eco - Consiste na repetição de palavras com o mesmo som para enfatizar uma idéia 

Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão. (ditado popular)

NARRAÇÃO

A narração consiste em arranjar uma seqüência de fatos na qual os personagens se movimentam num determinado espaço à medida que o tempo passa. 

O texto narrativo é baseado na ação que envolve personagens, tempo, espaço e conflito. Seus elementos são: narrador, enredo, personagens, espaço e tempo. 
Dessa forma, o texto narrativo apresenta uma determinada estrutura: 

Esquematizando temos: 

- Apresentação; 
- Complicação ou desenvolvimento; 
- Clímax; 
- Desfecho. 

Protagonistas e Antagonistas 

A narrativa é centrada num conflito vivido pelos personagens. Diante disso, a importância dos personagens na construção do texto é evidente. 
Podemos dizer que existe um protagonista (personagem principal) e um antagonista (personagem que atua contra o protagonista, impedindo-o de alcançar seus objetivos). Há também os adjuvantes ou coadjuvantes, esses são personagens secundários que também exercem papéis fundamentais na história. 

Narração e Narratividade 

Em nosso cotidiano encontramos textos narrativos; contamos e/ou ouvimos histórias o tempo todo. 
Mas os textos que não pertencem ao campo da ficção não são considerados narração, pois essas não têm como objetivo envolver o leitor pela trama, pelo conflito. 
Podemos dizer que nesses relatos há narratividade, que quer dizer, o modo de ser da narração. 

Os Elementos da Narrativa 

Os elementos que compõem a narrativa são: 
- Foco narrativo (1º e 3º pessoa); 
- Personagens (protagonista, antagonista e coadjuvante); 
- Narrador (narrador-personagem, narrador-observador). 
- Tempo (cronológico e psicológico); 
- Espaço.

As partes da redação

De forma resumida e bem objetiva, a redação deve ter três partes: 

1. Introdução 
2. Desenvolvimento 
3. Conclusão 

Mas como se dá cada uma delas? O que é necessário que elas tenham? 
Vejamos, separadamente: 

1. Introdução 

O que é introdução, senão o ato de introduzir? Então, vejamos: introduzir é fazer entrar, fixar-se. 

Não é por menos que o início do texto tem essa denominação, uma vez que é responsável por fazer com que o leitor queira adentrar, fixar os olhos e ler o restante do texto. 

A introdução deve apresentar a ideia principal (tópico frasal) que será discutida não só no primeiro parágrafo, mas ao longo do texto! 

Por ser o primeiro contato que o leitor tem com o escrito, a forma como a introdução é disposta é muito importante. Deve-se explorar o objetivo do texto em orações que atraiam o público-alvo. Importante é não se delongar muito nesta etapa, três linhas são o suficiente. 

Lembre-se de que o texto começa pela introdução, na primeira linha. Portanto, escolha um título quando a produção for concluída, pois não há como saber com exatidão 

2. Desenvolvimento 

É o chamado “corpo do texto”, onde o tema escolhido é abordado e, como o próprio nome diz, desenvolvido. Após introduzir o tema, é hora de debatê-lo, através da exposição dos argumentos. 

É necessário que as ideias estejam claras e exemplificadas, se for o caso. Nesta etapa, evite repetições de termos ou orações que tenham o mesmo sentido. Evite também períodos muito longos, pois tendem a tornar a leitura enfadonha, monótona. Além disso, pode fazer com que o escritor se perca em meio às suas próprias argumentações. 

Não queira demonstrar mais do que sabe sobre determinado assunto, pois poderá cair no erro das repetições de ideias, exposto acima. E não é necessário “encher linguiça”, uma vez que qualidade é essencial, mas quantidade de argumentos não, tampouco de linhas: 18 a 22 linhas de desenvolvimento são suficientes! 

3. Conclusão 

Concluir é acabar, finalizar. Portanto, é o desfecho do texto. Muitos não dão importância para essa etapa, mas sem ela o texto fica vago, sem propósito. 

Em um parágrafo, a conclusão deve reunir as ideias levantadas ao longo do texto, contudo, com um posicionamento por parte do escritor ou uma solução para um problema apresentado. 

Nunca coloque: Concluímos que, Concluo que, Finalizando, Resumindo ou equivalentes na conclusão porque não é necessário que o escritor avise que irá finalizar o texto, já que esta etapa deve ser percebida pelo leitor e não alertada.
O que é redação técnica? 

Primeiramente, vejamos esses dois termos em separado: 

Redação é o ato de redigir, ou seja, de escrever, de exprimir pensamentos e ideias através da escrita. 

Técnica é o conjunto de métodos para execução de um trabalho, a fim de se obter um resultado. 

Logo, para que você escreva uma redação técnica é necessário que certos processos sejam seguidos, como o tipo de linguagem, a estrutura do texto, o espaçamento, a forma de iniciar e finalizar o texto, dentre outros. 

Dessa forma, a necessidade de certa habilidade e de se ter os conhecimentos prévios para se fazer uma redação técnica é imprescindível!

Por esse motivo, criamos esta seção, para que os internautas tenham material para servir de embasamento teórico, pois há carência desse tipo de conteúdo no universo virtual. 

A redação técnica engloba textos como: ata, circular, certificado, contrato, memorando, parecer, procuração, recibo, relatório, currículo.

Portanto, se quiser saber as estruturas e características de cada texto acima, é só clicar

A clareza de um texto

Você já fez alguma redação em que o comentário do corretor foi: Falta clareza das ideias, texto confuso, falta de coesão, parágrafo confuso? 

É muito ruim quando lemos algo e não entendemos com exatidão o que aquele escritor quis dizer. Os argumentos se emendam uns nos outros, uma nova ideia surge a cada vírgula e em um mesmo período, o parágrafo parece não ter mais fim! 

Uma redação é clara quando há transmissão do conteúdo ao interlocutor de maneira que este compreenda a mensagem. Logo, redações mais concisas, ou seja, objetivas, tendem a possuir mais clareza. 

Se você tem dificuldade em estruturar bem seus pensamentos, utilize um rascunho. Leia sobre o assunto e busque na memória o conhecimento que já tem sobre ele. Então, reflita sobre o que vai escrever e como vai fazê-lo. Para isso, delimite o tema geral em um específico como, por exemplo: Tema geral: Amazônia, Tema específico: Manifesto Amazônia para sempre. 

Quando você restringe o tema, restringe também o que vai escrever. Não que o texto deva ficar pequeno, mas sim objetivo, a fim de que seja desenvolvido plenamente. O escritor também deve ficar atento ao número mínimo de 15 linhas e máximo de 30 ou 35 (dependerá do processo seletivo). 

O rascunho é muito importante, pois nele os erros poderão ser corrigidos antes de serem passados para a folha de redação definitiva. Quanto à clareza, tente cumprir com os seguintes aspectos: 

a) Faça frases curtas, pois períodos longos geralmente ficam confusos. 
b) Não tente parecer mais culto, empregando palavras que desconhece, pois correrá o risco de errar quanto ao significado. Portanto, use palavras simples e precisas.
c) Tenha cuidado com a ambiguidade, que é quando uma oração pode ter mais de um sentido: Peguei as chaves da Ana. (peguei as chaves que estavam com Ana ou as chaves que pertenciam a Ana?) 
d) Coesão: As partes devem estar interligadas, ou seja, relacionadas. Não comece falando de alguma coisa e parta para outra, sempre termine a ideia inicial sem delongas. Frases com muitas vírgulas são indício de falta de coesão. Outra questão é não tentar passar as ideias de acordo com o que vão aparecendo em sua mente, pois o fluxo mental é intenso. Na hora de escrever, concentre-se e sempre leia cada parágrafo que acabou de redigir para verificar se está claro!

Os 10 erros mais cometidos em redação

Para se fazer uma boa redação alguns conhecimentos são necessários!
Há alguns equívocos muito comuns em redações e, por este motivo, estão no patamar dos mais cometidos. Mas isso ocorre apenas por falta de conhecimento, portanto, uma vez informados, os estudantes não voltam a cometê-los. 

Vejamos, então, os 10 erros mais cometidos em redação: (não estão por ordem de importância) 

1. “Fazem dez anos que não vemos tantas mudanças”. O verbo “fazer” no sentido temporal, de tempo decorrido ou de fenômenos atmosféricos é impessoal, ou seja, fica no singular: Faz dez anos... Faz muito frio... 

2. “Houveram muitas passeatas nesta semana em prol da igualdade racial.” O verbo haver acompanha o mesmo raciocínio do verbo “fazer”, citado acima. No sentido de existir ou na ideia de tempo decorrido, o verbo haver é impessoal: Houve muitas passeatas... Há tempos não o vejo... Havia algumas cadeiras disponíveis. 

3. “Para mim escolher, preciso de um tempo.” Na dúvida verifique quem é o sujeito do verbo. No caso, o verbo “escolher” não tem sujeito, pois “mim” não pode ser! O certo seria o pronome “eu”: para eu escolher. A expressão “para mim” só funciona quando é objeto direto: Traga essa folha para mim. Dessa forma, sempre diga e escreva: Para eu fazer, para eu levar, para eu falar, pois o verbo precisa de um sujeito! 

4. “Esse assunto fica entre eu e você!” Quando a preposição existe, neste caso “entre”, usa-se o pronome oblíquo. O correto é: entre mim e você ou entre mim e ti. Portanto, use pronome oblíquo tônico (mim, ti, si, ele, ela, nós, vós, si, eles, elas) após preposição: falava sobre mim, faça por nós, entre mim e você não há problemas, falavam entre si. 

5. “Há muito tempo atrás, comprei uma bicicleta.” O verbo “há” tem sentido de tempo passado, logo não há necessidade de adicionar “atrás”. Ou você escolhe um ou outro: Há muito tempo... Tempos atrás... Há dez anos... Dez anos atrás. 

6.  “Então, pegou ele pela gola.” Quando for necessário que um pronome seja objeto direto (pegou algo: ele), nunca coloque pronome pessoal, opte pelo caso oblíquo átono (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes): Pegou-o, avisou-o, apresentei-a, levou-nos, ama-me, leva-nos. 

7. Aonde você estava? “Aonde” indica ideia de movimento, enquanto “onde” refere-se somente a lugar. Portanto: Onde você estava? E Aonde nós vamos agora? 

8.  “A situação vinha de encontro ao que ele desejava.” Se é uma situação que a pessoa desejava, será: ao encontro de, expressão que designa favorecimento, estar de acordo. Já a locução “de encontro a” tem sentido de oposição, de choque: Ele foi de encontro ao poste. 

9. “Esse ano vamos fazer diferente.” Se é o ano vigente, então use o pronome “este”, uma vez que indica proximidade: Esta sala de aula, esta semana está sendo ótima, este dia vai ser abençoado, este ano está sendo o melhor de todos, esta noite veremos estrelas. 

10. O verbo “adequar” é defectivo, isso quer dizer que não é conjugado de todas as formas. Assim: Isso não se adéqua... Ele não se adéqua... Eu não me adéquo... são orações equivocadas. Outros verbos também passam por este tipo de problema, como: abolir, banir, colorir, demolir, feder, latir. O verbo adequar é correto e usado com mais frequência nos modos infinitivo (adequar) e particípio (adequado). 

A interpretação textual

“Mergulhar” nas profundezas do discurso – Eis a questão!

É sempre bom ressaltar sobre a importância da interpretação textual, pois sua ocorrência não se dá somente no meio educacional, mas também em concursos de uma forma geral.

Aprimorar nossa competência no sentido de analisarmos minuciosamente um texto é requisito básico para a eficácia dos resultados.

Mas existe uma procedimento específico para isto?

Como sabemos, a nossa capacidade no que se refere à escrita vai sendo aperfeiçoada paulatinamente, ou seja, fatores primordiais, como o hábito constante de leituras é decisivo para essa conquista.

Dessa forma, o enriquecimento do vocabulário, o domínio das estruturas linguísticas, como também a interpretação textual são competências adquiridas ao longo de nossa experiência.

Interpretar um texto significa 
“desvendar seus mistérios” quanto à questão do discurso, pois esse (o discurso) representa a mensagem que ora se deseja transmitir.

Quando falamos em 
interpretação, esta engloba uma série de particularidades, tais comopontuação, pois uma vírgula pode mudar o sentido de uma ideia, elementos gramaticais, como conjunções, preposições, entre outros. 

Obviamente que, para haver uma boa interpretação, o texto deverá dispor de todos os requisitos essenciais para tal. Como por exemplo, coesão, coerência, paragrafação e, sobretudo, relações semânticas bem delimitadas, para que dessa maneira o leitor possa  interagir plenamente com as ideias retratadas por esse texto.

O vestibular e a produção de texto
A questão discursiva tanto vale para textos escritos em prosa, quanto para aqueles escritos em forma de versos, pois por trás de uma simples estrofe há infinitos dizeres, que o leitor, com seu conhecimento de mundo, torna-se capaz de decifrá-los de uma forma bastante plausível.
Assim sendo, a linguagem é algo interativo, magnífico, surpreendente, autêntico e poderoso. Ao atribuirmos o adjetivo “poderoso”, estamos nos remetendo à ideia de que ela também possui uma finalidade persuasiva em meio ao processo de interlocução.
Assim, como mencionado anteriormente, é inegável a importância de estarmos aptos a interpretar todo e qualquer texto, independente de sua finalidade. E para que isto ocorra, é necessário lançarmos mão de certos recursos que nos são oferecidos, e muitas vezes não os priorizamos, como a leitura, a busca constante por informações extratextuais, para que assim nos tornemos leitores e escritores cada vez mais conscientes e eficazes.

É em razão da grande importância da escrita e do grande espaço que ela oferece ao aluno que os exames vestibulares valorizam tanto a redação.
A sociedade, em seus diversos campos profissionais, requer competência e eficiência para produzir textos escritos. Há casos em que a produção textual é constantemente requerida pela profissão como é o caso dos jornalistas, editores, revisores, magistrados.
A produção de textos escritos não só facilita a vida de muitos profissionais como também a vida cotidiana, servindo para nos orientar em nossas atividades, em nossas reflexões. Para isso, devemosaprender a obter informações, processá-las criticamente e reelaborá-las em textos que poderão influir na realidade.
Os exames de vestibular valorizam muito a produção textual, tendo como finalidade avaliar o conhecimento do aluno acerca do assunto em pauta, a organização de suas ideias, suas habilidadeslinguísticas, vocabulário, argumentação, o domínio dos recursos específicos da modalidade escrita, não esquecendo que em seu interior devem existir elementos que estabeleçam ligação entre as partes, elos significativos que confiram coesão ao discurso.
É bom estar atento aos acontecimentos mundiais, assim, seja qual for o tema, o aluno não se surpreenderá e terá êxito em sua argumentação e fundamentação. É nesse momento que o aluno poderá demonstrar o domínio da escrita, para que seu texto seja bem-sucedido.

A Verossimilhança na Narração
Para produzirmos um texto é necessário que conheçamos o assunto que será explorado. Mesmo que seja a partir de uma notícia de jornal, um documentário ou uma imagem, pois é a partir de tais dados que produziremos.
O resultado desse processo de produção retratará nossa maneira de interpretar as fontes, nossa visão de mundo e experiências vividas.
Para transmitir o que pretendemos, recriamos o real de acordo com a nossa vontade.
Quando exploramos a ficção é importante que nossa obra seja verossímil, dando ao leitor a ideia de verdade, aproximando-o da nossa realidade.
Para construir uma narração que faça sentido ao leitor, todos os seus elementos (enredo, narrador, personagem, tempo e espaço) precisam compor um ‘todo verdadeiro’.
É através da verossimilhança, da aproximação
da realidade, que o texto se fará real.

TIPOS DE NARRADOR

Cada uma das histórias que lemos, ouvimos ou escrevemos é contada por um narrador. 
Nos exercícios de leitura, assim como nas experiências de escrita, é fundamental a preocupação com o narrador. 
Grosso modo, podemos distinguir três tipos de narrador, isto é, três tipos de foco narrativo: 

- narrador-personagem; 
- narrador-observador; 
- narrador-onisciente.

O narrador-personagem  conta na 1ª pessoa a história da qual participa também como personagem.
Ele tem uma relação íntima com os outros elementos da narrativa. Sua maneira de contar é fortemente marcada por características subjetivas, emocionais. Essa proximidade com o mundo narrado revela fatos e situações que um narrador de fora não poderia conhecer. Ao mesmo tempo, essa mesma proximidade faz com que a narrativa seja parcial, impregnada pelo ponto de vista do narrador.

O narrador-observador  conta a história do lado de fora, na 3ª pessoa, sem participar das ações. Ele conhece todos os fatos e, por não participar deles, narra com certa neutralidade, apresenta os fatos e os personagens com imparcialidade. Não tem conhecimento íntimo dos personagens nem das ações vivenciadas.

O narrador-onisciente conta a história em 3ª pessoa e, às vezes, permite certas intromissões narrando em 1ª pessoa. Ele conhece tudo sobre os personagens e sobre o enredo, sabe o que passa no íntimo das personagens, conhece suas emoções e pensamentos. 
Ele é capaz de revelar suas vozes interiores, seu fluxo de consciência, em 1ª pessoa. Quando isso acontece, o narrador faz uso do discurso indireto livre. Assim, o enredo se torna plenamente conhecido, os antecedentes das ações, suas entrelinhas, seus pressupostos, seu futuro e suas consequências.

Por que a estética de um texto é tão importante?

Perguntar por que a estética textual é importante em um texto é o mesmo que perguntar por que tomamos banho, lavamos ou escovamos os dentes? É uma questão de cuidado e se a pessoa não costuma fazer isso, é tida como desleixada. 

Com a redação também é assim: a impressão que dá quando o corretor vê um texto contínuo, sem pontuação e sem paragrafação, é a de que o escritor não teve o mínimo cuidado ao escrever o texto e tampouco estava se importando com o leitor. É como acontece quando alguém vai receber uma visita em casa e não se importa em deixar as coisas arrumadas. 

Além disso, a estética também é quesito de pontuação em qualquer processo seletivo, claro, pois ninguém gosta de ler um texto mal organizado, nem mesmo os que são pagos para isso! 

Então, vejamos o que você precisa verificar quanto ao visual de sua redação: 

Primeiramente, observe o título e confira se o mesmo está escrito com letra maiúscula inicial, independente do que seja (artigo, preposição). Por exemplo: A abelha Léia. Claro, nomes próprios ou de lugares e siglas são escritos obrigatoriamente em letra maiúscula. Lembre-se que título não possui pontuação final! 

Em segundo lugar, veja se todos os parágrafos possuem o espaçamento devido (largura de um dedo) e se todos estão na mesma altura. A paragrafação é fundamental, pois estabelece a estrutura visual que aponta para a divisão obrigatória do texto dissertativo: introdução, desenvolvimento e conclusão. Temos que o parágrafo inicial é a introdução, o último a conclusão e os demais são as argumentações que fazem parte do desenvolvimento. 

O mínimo de parágrafos proposto a uma dissertação é de três, um para cada parte do texto. Contudo, é bom seguir o mínimo de 15 linhas e máximo de 30, adotados pela maioria dos vestibulares. 

Em terceiro, observe se as ideias estão divididas de acordo com a distinção entre elas, ou seja, para cada nova abordagem, um novo parágrafo. Contudo, é necessário que exista uma ligação entre os argumentos expostos, caso contrário, a coesão não existirá. 

Como quarto item, não rasure! Contudo, caso aconteça, faça um risco em cima da palavra e coloque-a entre parênteses. 

Por último, observe atentamente sua letra, pois ela é o cartão de visita! Verifique se há alguma letra que não está legível! Não tenha você por base, coloque-se no papel de um leitor que nunca viu um texto seu e analise os termos que realmente podem causar equívocos! Se achar melhor, escreva em letra de fôrma, pois também é aceita em concursos. 

Lembre-se que a ilegibilidade pode anular sua redação!

O Narrador e a Gramática da Narração


O Narrador
O narrador é o dono da voz ou, em outras palavras, a voz que nos conta os fatos e seu desenvolvimento. Dependendo da posição do narrador em relação ao fato narrado, a narrativa pode ser feita em primeira ou em terceira pessoa do singular. 
Temos assim, o ângulo, o ponto de vista, o foco pelo qual serão narrados os acontecimentos (daí falar-se em foco narrativo).
Na narração em primeira pessoa, o narrador participa dos acontecimentos; é, assim, um personagem com dupla função: o personagem-narrador. Pode ter uma participação secundária nos acontecimentos, destacando, desse modo, seu papel de narrador, ou ter importância fundamental, sendo mesmo o personagem principal. Nesse caso, a narração em primeira pessoa permite ao autor penetrar e desvendar com maior riqueza o mundo psicológico do personagem.
É importante observar que, nas narrações em primeira pessoa, nem tudo o que é afirmado pelo narrador corresponde à "verdade", pois, como ele participa dos acontecimentos, tem deles uma visão própria, individual e, portanto, parcial. A principal característica desse foco é, então, a visão subjetiva que o narrador tem dos fatos: ele narra apenas o que vê, observa e sente, ou seja, os fatos passam pelo filtro de sua emoção e percepção.
Já nas narrações em terceira pessoa, o narrador está fora dos acontecimentos; podemos dizer que ele paira acima de tudo e de todos. Essa situação lhe permite saber de tudo, do passado e do futuro, das emoções e dos pensamentos dos personagens - daí ser chamado de onisciente (oni + sciente, ou seja, "o que tem ciência de tudo", "o que sabe de tudo"). Repare que o narrador onisciente "lê" os sentimentos, os desejos mais íntimos da personagem (aliás, o narrador vê o que ninguém tem condições de ver: o mundo interior do personagem), e sabe qual será a repercussão desse ato no futuro.
O Enredo
O enredo (ou trama, ou intriga) é, podemos dizer, o esqueleto da narrativa, aquilo que dá sustentação à história, o que a estrutura, ou seja, é o desenrolar dos acontecimentos (é a linha se entrelaçando, formando a malha, a trama, a rede, o tecido, o texto). Geralmente, o enredo está centrado num conflito, responsável pelo nível de tensão da narrativa.

Os Personagens
Os seres que participam do desenrolar dos acontecimentos, isto é, aqueles que vivem o enredo, são os personagens (em português, a palavra personagem tanto pode ser masculina como feminina). 
Em geral, o personagem bem construído representa uma individualidade, apresentando traços psicológicos próprios. Há também personagens que representam tipos humanos, identificados pela profissão, pelo comportamento, pela classe social, enfim, por algum traço distintivo comum a todos os indivíduos dessa categoria. 
Há ainda personagens cujos traços de personalidade ou padrões de comportamento são extremamente acentuados (às vezes beirando o ridículo); nesses casos (muito comuns, por exemplo, em novelas de televisão), temos personagens caricaturais.

Personagem e Enredo
Veja como se dá a relação personagem/enredo, segundo o crítico Antonio Candido:
Geralmente, da leitura de um romance fica a impressão duma série de fatos, organizados em enredo, e de personagens que vivem esses fatos. É uma impressão praticamente indissolúvel: quando pensamos no enredo, pensamos simultaneamente nas personagens; quando pensamos nestas, pensamos simultaneamente na vida em que se enredam, na linha do seu destino - traçada conforme uma certa duração temporal, referida a determinadas condições de ambiente. O enredo existe através dos personagens; as personagens vivem do enredo. Enredo e personagem exprimem, ligados, os intuitos do romance, a visão da vida que decorre dele, os significados e valores que o animam. 
[CANDIDO, Antonio. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 1987. p. 534).

O Ambiente
Ambiente é o cenário por onde circulam personagens e onde se desenrola o enredo. Em alguns casos, a importância do ambiente é tão fundamental que ele se transforma em personagem. Por exemplo: o Nordeste, em grande parte do romance modernista brasileiro; o colégio interno, em O Ateneu, de Raul Pompéia; o caso mais nítido está em O cortiço, de Aluísio Azevedo. 
Observe como sempre há relação estreita entre o personagem, seu comportamento e o ambiente que o cerca; repare como, muitas vezes, por meio dos objetos possuídos podemos fazer um retrato perfeito do possuidor.

O Tempo
O narrador pode se posicionar de diferentes maneiras em relação ao tempo dos acontecimentos - pode narrar os fatos no tempo em que eles estão acontecendo; pode narrar um fato perfeitamente concluído; pode entremear presente e passado, utilizando a técnica de flashback. 
Há também o tempo psicológico, que reflete angústias e ansiedades de personagens e que não mantém nenhuma relação com o tempo propriamente dito, cuja passagem é alheia à nossa vontade. Falas como "Ah, o tempo não passa..." ou "Esse minuto não acaba!" refletem o tempo psicológico.

A Gramática na Narração
Num texto narrativo predominam os verbos de ação: há, em geral, um trabalho com os tempos verbais. Afinal, a narração, ou seja, o desenrolar de um fato, de um acontecimento, pressupõe mudanças; isso significa que se estabelecem relações anteriores, concomitantes e posteriores. 
Ao optar por um dos tipos de discursos, organizamos o texto de forma diferente. Os verbos de elocução, os conectivos, a pontuação, a coordenação ou a subordinação passam a ter papel relevante na montagem do texto. 
Ao transformar o discurso direto em indireto (ou vice-versa), realizamos uma grande mexida na arquitetura do texto. 
Portanto, para organizarmos um bom texto narrativo, temos de trabalhar o arcabouço gramatical que o sustenta (isso sem contarmos que, em geral, deparamo-nos com passagens descritivas no miolo de um texto narrativo, o que exige uma organização diferenciada).

Tipos de Narrativa


A narrativa possibilita a criação de outra realidade pela magia da linguagem
 Sabemos que o ato de contar histórias remonta ao passado. Antigamente as pessoas tinham o hábito de sentar-se à beira de suas casas nos momentos de descanso e relatar fatos acontecidos, muitas vezes ficcionais, e isso ia passando de geração para geração. 

Quem de nós não conhece a história do Chapeuzinho Vermelho, Bela Adormecida e tantos outros clássicos da literatura? 
Por mais que o advento da tecnologia tenha desencantado essa magia e, de certa forma, promovido o afastamento entre as pessoas, existem variadas formas de narrativas, sejam elas orais, escritas, visuais ou encenadas, como é o caso do teatro. 
Seja qual for a modalidade, o texto narrativo dispõe-se de certos elementos primordiais, que são: tempo, espaço, personagens, narrador e enredo. 
E para conhecermos um pouco mais sobre os diversos tipos de narrativa, devemos saber que elas se subdividem em: Romance, Novela, Conto, Crônica e Fábula. Por isso, estudaremos as mesmas passo a passo: 

Romance: É uma narrativa sobre um acontecimento ficcional no qual são representados aspectos da vida pessoal, familiar ou social de uma ou várias personagens. Gira em torno de vários conflitos, sendo um principal e os demais secundários, formando assim o enredo. 

Novela: Assim como o romance, a novela comporta vários personagens, sendo que o desenrolar do enredo acontece numa sequência temporal bem marcada. Atualmente, a novela televisiva tem o objetivo de nos entreter, bem como de nos seduzir com o desenrolar dos acontecimentos, pois a maioria foca assuntos relacionados à vida cotidiana. 

Conto: É uma narrativa mais curta, densa, com poucos personagens, e apresenta um só conflito, sendo que o espaço e o tempo também são reduzidos. 

Crônica: Também fazendo parte do gênero literário, a crônica é um texto mais informal que trabalha aspectos da vida cotidiana, muitas vezes num tom muito “sutil” o cronista faz uma espécie de denúncia contra os problemas sociais através do poder da linguagem. 

Fábula: Geralmente composta por personagens representados na figura de animais, é de caráter pedagógico, pois transmite noções de cunho moral e ético. Quando são representadas por personagens inanimados, recebe o nome de Apólogo, mas a intenção é a mesma da fábula.

Personagens:
• Personagens principais: protagonistas x antagonistas. 
• Personagens secundários: auxiliares ou ajudantes.

Apresentação dos personagens:
• Direta: descrição de traços físicos e/ou psicológicos. 
• Indireta: ações, comportamentos, acontecimentos vividos pelos personagens, falas.

Discurso:
• Direto 
• Indireto 
• Indireto livre

Enredo:
• Linear: começo – meio – fim – os acontecimentos são contínuos. 
• Não linear: descontinuidade temporal, cortes ou saltos na sequência de ações, quebra da continuidade lógica e cronológica dos acontecimentos. 
• Cronológico: tempo dos relógios, objetivamente marcado. 
• Psicológico: duração interior das vivências.

Foco Narrativo:
• Narrador-personagem: 1ª pessoa 
• Narrador-observador: 3ª pessoa 
• Narrador-onisciente: 3ª e 1ª pessoas. 

O Narrador

Narrador e o Foco Narrativo

O narrador é elemento fundamental para o sucesso do texto, pois é o dono da voz, o que conta os fatos e seu desenvolvimento. Atua como intermediário entre a ação narrada e o leitor. 
O narrador assume uma posição em relação ao fato narrado (foco narrativo) e o seu ponto de vista constitui a perspectiva a partir da qual ele conta a história.
O foco narrativo em 1ª pessoa
Na narração em 1ª pessoa o narrador é um dos personagens, protagonista ou secundário. Nesse caso, ele apresenta aquilo que presencia ao participar dos acontecimentos. Dessa forma, nem tudo aquilo que o narrador afirma refere-se à “verdade”, pois ele tem sua própria visão acerca dos fatos; sendo, assim, expressa sua opinião.
Foco narrativo em 3ª pessoa
Na narração em 3ª pessoa o narrador é onisciente. Ele nos oferece uma visão distanciada da narrativa, além de dispor de inúmeras informações que o narrador em 1ª pessoa não oferece. 
Nesse tipo de narrativa, os sentimentos, as ideias, os pensamentos, as intenções e os desejos dos personagens são informados graças à onisciência do narrador, que é chamado de narrador-observador.

O ENREDO
O enredo é a estrutura da narrativa. O desenrolar dos acontecimentos gera um conflito que, por sua vez, é o responsável pela tensão da narrativa.
OS PERSONAGENS
Os personagens são aqueles que participam da narrativa, podem ser reais ou imaginários, personificar elementos da natureza, ideias, etc. 
Dependendo de sua importância na trama, os personagens podem ser principais ou secundários. 
Há personagem que apresenta personalidade e/ou comportamento de forma evidente, comuns em novelas e filmes, tornando-se um personagem caricatural.

O ESPAÇO
É o espaço no qual transcorrem as ações, onde os personagens se movimentam. Auxilia na caracterização dos personagens, pois pode interagir com eles ou por eles ser transformado.

O TEMPO

A duração das ações apresentadas numa narrativa caracteriza o tempo (horas, dias, anos, assim como a noção de passado, presente e futuro). 
O tempo pode ser cronológico, quando os fatos são apresentados na ordem dos acontecimentos; ou psicológico, que se refere ao tempo pertencente ao mundo interior do personagem. 
Quando lidamos com o tempo psicológico, a técnica do flashback é bastante explorada, uma vez que a narrativa volta no tempo por meio das recordações do narrador.

Concluindo
Ao produzir uma narração, o escritor deve estar atento a todas as etapas, dando ênfase ao elemento que se quer destacar. Uma boa dica é observar os bons romancistas e contistas, voltando à atenção para seus roteiros e à forma como trabalham os elementos em suas narrativas.

A Gramática na Narração
A narração pressupõe mudanças, pois há o desenrolar dos fatos e acontecimentos, dessa forma, os verbos de ação predominam nos textos narrativos.

Tipos de Discurso na Narrativa
Discurso direto: o narrador apresenta a própria personagem falando diretamente, permitindo ao autor mostrar o que acontece em lugar de simplesmente contar.
Lavador de carros, Juarez de Castro, 28 anos, ficou desolado, apontando para os entulhos: “Alá minha frigideira, alá meu escorredor de arroz. Minha lata de pegar água era aquela. Ali meu outro tênis.”
Jornal do Brasil, 29 de maio 1989.

Discurso indireto:  o narrador interfere na fala da personagem. Ele conta aos leitores o que a personagem disse, mas conta em 3ª pessoa. As palavras da personagem não são reproduzidas, mas traduzidas na linguagem do narrador.
Dario vinha apressado, o guarda-chuva no braço esquerdo e, assim que dobrou a esquina, diminuiu o passo até parar, encostando-se à parede de uma casa. Foi escorregando por ela, de costas, sentou-se na calçada, ainda úmida da chuva, e descansou no chão o cachimbo.
Dois ou três passantes rodearam-no, indagando se não estava se sentindo bem. Dario abriu a boca, moveu os lábios, mas não se ouviu resposta. Um senhor gordo, de branco, sugeriu que ele devia sofrer de ataque.
Dalton Trevisan. Cemitério de elefantes. Rio de Janeiro,
Civilização Brasileira, 1964.

Discurso indireto livre: é uma combinação dos dois anteriores, confundindo as intervenções do narrador com as dos personagens. É uma forma de narrar econômica e dinâmica, pois permite mostrar e contar os fatos a um só tempo.
Enlameado até a cintura, Tiãozinho cresce de ódio. Se pudesse matar o carreiro... Deixa eu crescer!... Deixa eu ficar grande!... Hei de dar conta deste danisco... Se uma cobra picasse seu Soronho... Tem tanta cascavel nos pastos... Tanta urutu, perto de casa... se uma onça comesse o carreiro, de noite... Um onção grande, da pintada... Que raiva!...
Mas os bois estão caminhando diferente. Começaram a prestar atenção, escutando a conversa de boi Brilhante.
Guimarães Rosa. Sagarana. Rio de Janeiro,
José Olympio, 1976
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CARTA

Quando queremos solicitar algo para alguém ou responder uma solicitação, fazer uma declaração de amor, despedirmo-nos, argumentar algo que foi dito, escrever diretamente a um leitor de revista ou jornal, contar novidades para o amigo que mora distante, fazer uma comunicação de um fato...ali está a carta!
Essa forma de produção textual existe desde que o homem necessita de comunicação à distância ou, mais precisamente, desde as inscrições rupestres, as quais eram cartas em forma de símbolos.
Aqui no Brasil, temos a carta-registro de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal Dom Manuel I, relatando o descobrimento das novas terras.
As cartas ditas “sociais” eram mais comuns antes do advento da tecnologia. No entanto, com a evolução da informática, hoje temos o e-mail, veículo de informação que transporta vários tipos de cartas a todo o momento.
Atualmente, é muito difícil encontrar pessoas que troquem correspondências escritas à mão. Ao contrário, elas se falam por meio do correio eletrônico, que não precisa nem mesmo de selo, ou seja, de ser pago.
Nessa seção você encontrará as características dos diversos tipos de carta: comercial, pessoal, formal, informal, de amor, de despedida, argumentativa, ao leitor, resposta. 

A Construção do Enredo

Enredo é a sequência de acontecimentos da história, a rede de situações que as personagens vivem, a trama das ações que elas fazem ou que elas sofrem. 

Podemos identificar quatro partes que compõem o enredo:
1- Apresentação: é a parte do texto em que são apresentados alguns personagens e expostas algumas circunstâncias da história, como o momento e o lugar em que a ação se desenvolverá. 
Cria-se um cenário e uma marcação de tempo para os personagens iniciarem suas ações.
Nem todo texto narrativo tem essa primeira parte; há casos em que já de início se mostra a ação em desenvolvimento.
2 – Complicação: é a parte do enredo em que as ações e os conflitos são desenvolvidos, conduzindo o enredo ao clímax.
3 – Clímax: é o ponto em que a ação atinge seu momento crítico, momento de maior tensão, tornando o desfecho inevitável.
4 – Desfecho: é a solução do conflito produzido pelas ações dos personagens.
Se não houver conflito, a narrativa fica reduzida a um relato, a uma sequência de fatos que não despertarão o interesse dos leitores.

A ARGUMENTAÇÃO

A argumentação é um recurso que tem como propósito convencer alguém, para que esse tenha a opinião ou o comportamento alterado. 
Sempre que argumentamos, temos o intuito de convencer alguém a pensar como nós. 
No momento da construção textual, os argumentos são essenciais, esses serão as provas  que apresentaremos, com o propósito de defender nossa idéia e convencer o leitor de que essa é a correta.
Há diferentes tipos de argumentos e a escolha certa consolida o texto.
Argumentação por citação
Sempre que queremos defender uma idéia, procuramos pessoas ‘consagradas’, que pensam como nós acerca do tema em evidência. 
Apresentamos no corpo de nosso texto a menção de uma informação extraída de outra fonte.
A citação pode ser apresentada assim:
Assim parece ser porque, para Piaget, “toda moral consiste num sistema de regras e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras” (Piaget, 1994, p.11). A essência da moral é o respeito às regras. A capacidade intelectual de compreender que a regra expressa uma racionalidade em si mesma equilibrada.
O trecho citado deve estar de acordo com as ideias do texto, assim, tal estratégia poderá funcionar bem.
Argumentação por comprovação
A sustentação da argumentação se dará a partir das informações apresentadas (dados, estatísticas,  percentuais) que a acompanham. 
Esse recurso é explorado quando o objetivo é contestar um ponto de vista equivocado.
Veja:
O ministro da Educação, Cristovam Buarque, lança hoje o Mapa da Exclusão Educacional. O estudo do Inep, feito a partir de dados do IBGE e do Censo Educacional do Ministério da Educação, mostra o número de crianças de sete a catorze anos que estão fora das escolas em cada estado. 
Segundo o mapa, no Brasil, 1,4 milhão de crianças, ou 5,5 % da população nessa faixa etária (sete a catorze anos), para a qual o ensino é obrigatório, não frequentam as salas de aula. 
O pior índice é do Amazonas: 16,8% das crianças do estado, ou 92,8 mil, estão fora da escola. O melhor, o Distrito Federal, com apenas 2,3% (7 200) de crianças excluídas, seguido por Rio Grande do Sul, com 2,7% (39 mil) e São Paulo, com 3,2% (168,7 mil).
(Mônica Bergamo. Folha de S. Paulo, 3.12.2003)
Nesse tipo de citação o autor precisa de dados que demonstrem sua tese.
Argumentação por raciocínio lógico
A criação de relações de causa e efeito é um recurso utilizado para demonstrar que uma conclusão (afirmada no texto) é necessária, e não fruto de uma interpretação pessoal que pode ser contestada. 
Veja:

“O fumo é o mais grave problema de saúde pública no Brasil. Assim como não admitimos que os comerciantes de maconha, crack ou heroína façam propaganda para os nossos filhos na TV, todas as formas de publicidade do cigarro deveriam ser proibidas terminantemente. Para os desobedientes, cadeia.”

VARELLA, Drauzio. In: Folha de S. Paulo, 20 de maio de 2000.

Para a construção de um bom texto argumentativo faz-se necessário o conhecimento sobre a questão proposta, fundamentação para que seja realizado com sucesso.

A CRÔNICA

A crônica é um gênero que tem relação com a ideia de tempo e consiste no registro de fatos do cotidiano em linguagem literária, conotativa.
A origem da palavra crônica é grega, vem de chronos (tempo), é por isso que uma das características desse tipo de texto é o caráter contemporâneo.
A crônica pode receber diferentes classificações: 

- a lírica, em que o autor relata com nostalgia e sentimentalismo;
- a humorística, em que o autor faz graça com o cotidiano;
- a crônica-ensaio, em que o cronista, ironicamente, tece uma crítica ao que acontece nas relações sociais e de poder;
- a filosófica, reflexão a partir de um fato ou evento;
- e jornalística, que apresenta aspectos particulares de notícias ou fatos, pode ser policial, esportiva, política etc.

A DISSERTAÇÃO

A dissertação é um estilo de redação muito solicitado nos vestibulares. No universo dos processos seletivos, essa tipologia textual é requerida por exigir dos candidatos a análise crítica a respeito de algum tema proposto. Esta discussão deve, ainda, ser exposta na estrutura de parágrafos que compõem: introdução, desenvolvimento e conclusão, ou seja, começo, meio e fim. Além disso, a linguagem empregada dever seguir a norma padrão, logo, o uso de gírias, termos pejorativos e coloquialismo não são aceitos. 

Mas existem maneiras diferentes de se fazer um texto dissertativo? Existem tipos de dissertação? 

Sim, e você pode optar por: expositiva ou argumentativa. 

A dissertação expositiva é voltada aos fatos que estão sendo noticiados e discutidos na mídia: televisão, rádio, internet, revistas. Tais acontecimentos são inquestionáveis, uma vez que até mesmo seus pormenores foram divulgados. Logo, um texto dissertativo sobre um assunto popular será apenas a exposição verbal deste, e não propriamente um debate. 

A dissertação argumentativa diz respeito à reflexão que fazemos sobre o tema. O ponto de vista do autor é declarado e se interage com os fatos abordados, a fim e esclarecê-los e também de convencer o leitor sobre a opinião expressa. Portanto, o escritor tende a usar da persuasão para apresentar a visão crítica dele. Contudo, a linguagem não deve deixar de ser objetiva e o ponto de vista deve ser baseado em evidências concretas e reais dos acontecimentos. 

Por isso, independente do tipo de dissertação, faça uma exposição clara, coerente dos argumentos, os quais devem ser estruturados de maneira lógica!

Como fazer uma boa dissertação?
Quer fazer uma boa dissertação? Todos desejam ser bem avaliados em suas dissertações, afinal, esse tipo de texto é cobrado na maioria dos processos seletivos, tais como o Enem. Portanto, fique atento quanto às características dessa modalidade textual. Muitos escrevem, escrevem e não procuram saber nem mesmo o básico necessário para se fazer um texto dissertativo. 

Então, seja cauteloso quanto ao seguinte em sua dissertação: 

a) Verbos: os verbos devem estar em terceira pessoa, ou seja, referindo-se a: ele, ela, eles, elas. 
b) Linguagem: é formal, logo, obedece às normas gramaticais. Dessa forma, empregos de expressões coloquiais, ou seja, da oralidade e gírias estão excluídas, tais como: tá boa, o bofe lá, tampá o sol com a peneira, ninguém merece, isso está cheirando mal, sem noção, camarada, etc. 
c) Palavras: devem ser usadas no seu sentido denotativo, literal, ou melhor, no que consta no dicionário. Deixe o sentido figurado para as poesias e outros tipos de textos. 
d) Expressões:  é comum lermos: eu acho, na minha opinião, de acordo com que penso a esse respeito, em redações dissertativas. No entanto, essas colocações são redundantes, pois é um texto que mostra o ponto de vista do autor em relação a um fato. Então, é redundante usar tais expressões, mesmo porque deve-se manter a terceira pessoa do discurso. 
e) Períodos: devem ser objetivos e claros. De preferência, mais breves, pois períodos muito longos geram confusão. Aproveite e verifique se a pontuação está correta: se o ponto final está presente em cada ideia finalizada! Estará errada se as orações estiverem emendadas por vírgulas, ocasionando o período longo e confuso. 
f) Estrutura: observe aqui a paragrafação, ou seja, a divisão por parágrafos e também se há introdução, desenvolvimento e uma boa conclusão. Muitas vezes, esta última parte é esquecida! 

Por último observe se sua dissertação tem o mínimo de 15 linhas escritas e o máximo de 35 (tamanho exigido na maioria dos processos seletivos, principalmente no ENEM). 
Se você seguir esses critérios básicos e suficientes da dissertação, então, com certeza, terá uma ótima avaliação!

Por Marina Cabral 
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura 
Equipe Brasil Escola

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