PROVA DE LINGUA PORTUGUESA
NOME: ______________________________________ SÉRIE: 3º ano Nº _____
ESCOLA: EEM. FCO. HOLANDA MONTENEGRO PROFESSORA: SOCORRO BATISTA
Leia o poema e dê sua interpretação:
Versos íntimos
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão – esta pantera –
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O homem que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável!
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa indo pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Interprete o texto de acordo com sua compreensão:
1 – De que trata o texto?
- De uma profunda solidão
- De um desabafo de alguém sofrível
- De uma profunda aversão aos sentimentos humanos
- De um pessimista profundo
- De um profundo terror ao sentimento humano
2 – Quem escreveu o poema?
- Monteiro Lobato
- Euclides da Cunha
- Augusto dos Anjos
- Lima Barreto
- Graça Aranha
3 – Em quantos versos o poema está dividido?
- 5 quartetos e 5 tercetos
- 4 quartetos e 3 tercetos
- 2 quartetos e 2 tercetos
- 2 quartetos e 3 tercetos
- 3 quartetos 2 tercetos
4 – Em que sentido a palavra homem foi empregado?
- De um simples homem
- De uma fera enjaulada
- Caracteriza-se uma simples figura humana
- Um homem do povo
5 – Comente a seguinte frase “Mora, entre feras, sente inevitável necessidade de também ser fera”?
- O ser humano necessita brigar com os outros
- É somente uma frase pejorativa
- O eu do escritor demonstra uma raiva profunda na frase acima
- A frase demonstra que o homem necessita muitas vezes lutar suas próprias batalhas
- A linguagem coloquial do autor deixa bem claro que o homem é uma animal sociável
6 – Toma um fósforo. Acende teu cigarro! “O beijo, amigo, é a véspera do escarro, a mão que afaga é a mesma que apedreja”. Que significado teve esses versos para o autor?
- Que o homem não é confiável
- Que a humanidade precisa ser rejeitada por seus sentimentos de humanidade
- Que necessitamos apedrejar o outro quando está errado
- A frase demonstra que o eu lírico do autor está sofrendo do mal do século.
- O autor quis mencionar que a mão que ajuda é a mesma que nos trai
As questões 7 e 8 referem-se ao poema.
A DANÇA E A ALMA
A DANÇA? Não é movimento,
súbito gesto musical.
É concentração, num momento,
da humana graça natural.
No solo não, no éter pairamos,
nele amaríamos ficar.
A dança – não vento nos ramos:
seiva, força, perene estar.
Um estar entre céu e chão,
novo domínio conquistado,
onde busque nossa paixão
libertar-se por todo lado...
Onde a alma possa descrever
suas mais divinas parábolas
sem fugir à forma do ser,
por sobre o mistério das fábulas.
(Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1964. p. 366.)
7 - A definição de dança, em linguagem de dicionário, que mais se aproxima do que está expresso no poema é
(A) a mais antiga das artes, servindo como elemento de comunicação e afirmação do homem em todos os momentos de sua existência.
(B) a forma de expressão corporal que ultrapassa os limites físicos, possibilitando ao homem a liberação de seu espírito.
(C) a manifestação do ser humano, formada por uma seqüência de gestos, passos e movimentos desconcertados.
(D) o conjunto organizado de movimentos do corpo, com ritmo determinado por instrumentos musicais, ruídos, cantos, emoções etc.
(E) o movimento diretamente ligado ao psiquismo do indivíduo e, por conseqüência, ao seu desenvolvimento intelectual e à sua cultura.
8 - O poema “A Dança e a Alma” é construído com base em contrastes, como “movimento” e concentração”. Em uma das estrofes, o termo que estabelece contraste com solo é:
(A) éter. (B) seiva. (C) chão. (D) paixão. (E) ser.
Leia com atenção o texto:
[Em Portugal], você poderá ter alguns probleminhas se entrar numa loja de roupas desconhecendo certas sutilezas da língua. Por exemplo, não adianta pedir para ver os ternos — peça para ver os fatos. Paletó é casaco. Meias são peúgas. Suéter é camisola — mas não se assuste, porque calcinhas femininas são cuecas. (Não é uma delícia?)
(Ruy Castro. Viaje Bem. Ano VIII, no 3, 78.)
9 - O texto destaca a diferença entre o português do Brasil e o de Portugal quanto
(A) ao vocabulário.
(B) à derivação.
(C) à pronúncia.
(D) ao gênero.
(E) à sintaxe.
Instruções: As questões de números 08 e 09 referem-se ao poema abaixo.
Epígrafe*
Murmúrio de água na clepsidra** gotejante,
Lentas gotas de som no relógio da torre,
Fio de areia na ampulheta vigilante,
Leve sombra azulando a pedra do quadrante***
Assim se escoa a hora, assim se vive e morre...
Homem, que fazes tu? Para que tanta lida,
Tão doidas ambições, tanto ódio e tanta ameaça?
Procuremos somente a Beleza, que a vida
É um punhado infantil de areia ressequida,
Um som de água ou de bronze e uma sombra que passa...
(Eugênio de Castro. Antologia pessoal da poesia portuguesa)
(*) Epígrafe: inscrição colocada no ponto mais alto; tema.
(**) Clepsidra: relógio de água.
(***) Pedra do quadrante: parte superior de um relógio de sol.
10 - A imagem contida em “lentas gotas de som” (verso 2) é retomada na segunda estrofe por meio da expressão:
(A) tanta ameaça.
(B) som de bronze.
(C) punhado de areia.
(D) sombra que passa.
(E) somente a Beleza.
11 - Neste poema, o que leva o poeta a questionar determinadas ações humanas (versos 6 e 7) é a
(A) infantilidade do ser humano.
(B) destruição da natureza.
(C) exaltação da violência.
(D) inutilidade do trabalho.
(E) brevidade da vida.
O boto e a Baía da Guanabara
Piraiaguara sentiu um grande orgulho de ser carioca. Se o Atobá Maroto tinha dado nome para as ilhas, ele e todos os outros botos eram muito mais importantes. Eles eram o símbolo daquele lugar privilegiado: a cidade do Rio de Janeiro.
A “mui leal e heróica cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro”.
Piraiaguara fazia questão de lembrar do título, e também de toda a história da cidade e da Baía de Guanabara.
Os outros botos zombavam dele: Leal? Uma cidade que quase acabou conosco, que poluiu a baía? Heróica? Uma cidade que expulsou as baleias, destruiu os mangues e quase não nos deixou sardinhas para comer? Olha aí para o fundo e vê quanto cano e lixo essa cidade jogou aqui dentro!
Acorda do encantamento, Piraiaguara! O Rio de Janeiro e a Baía de Guanabara foram bonitos sim, mas isso foi há muito tempo. Não adianta ficar suspirando pela beleza do Morro do Castelo, ou pelas praias e pela mata que desapareceram. Olha que, se continuar sonhando acordado, você vai acabar sendo atropelado por um navio! O medo e a tristeza passavam por ele como um arrepio de dor. Talvez nenhum outro boto sentisse tanto a violência da destruição da Guanabara. Mas, certamente, ninguém conseguia enxergar tão bem as belezas daquele lugar.
Num instante, o arrepio passava, e a alegria brotava de novo em seu coração.
HETZEL, B. Piraiaguara. São Paulo: Ática, 2000. p. 16 – 20.
12 - Os outros botos zombavam de Piraiaguara, porque ele:
(A) conhecia muito bem a história do Rio de Janeiro.
(B) enxergava apenas o lado bonito do Rio de Janeiro.
(C) julgava os botos mais importantes do que os outros animais.
(D) sentia tristeza pela destruição da Baía da Guanabara.
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